Os investimentos em patrocínio de eventos no Brasil nos últimos anos crescem de forma acelerada, mas em linha com o desempenho desse mercado no mundo, segundo estudos recentes. A necessidade de as marcas buscarem ações complementares às campanhas de propaganda tradicionais e a criação de eventos inéditos no país ajudaram a turbinar os números no Brasil.
Levantamentos recém-concluídos de duas consultorias, TNS e IEG, essa última especializada no assunto, mostram que a expansão dos valores aplicados nesse área indica uma recuperação do mercado após a crise global de 2008. Esse processo também afetou o Brasil.
A IEG informa que no ano passado essa área cresceu 5,2% no mundo, ao somar US$ 46,3 bilhões em investimentos. A expectativa da IEG é que essa taxa se repita em 2011. Em 2009, a alta foi de tímidos 2%. "Neste ano, os maiores gastos na área de patrocínio esportivo devem liderar a alta do setor, a ponto de esse ser o segmento que mais crescerá em patrocínios no mundo no ano", informa o estudo.
Segundo cálculos no estudo "SponsorMap" da TNS, o negócio de patrocínios em geral cresceu a uma taxa média de 10,3% no mundo no período de 2006 a 2009. Na América Latina, a velocidade de crescimento foi a mesma no intervalo analisado - 10,3%. Estima-se que o Brasil seja um dos principais responsáveis por essa expansão, ao lado do México.
No país, a soma maior de valores pagos pelas empresas aos clubes de futebol, que expõe as suas marcas nas camisas dos jogadores, ajudaram a turbinar esse resultado nos últimos dois anos. O Brasil é o terceiro país que mais arrecada patrocínios em camisas de times no mundo, revela pesquisa da consultoria Sport+Markt finalizada neste ano. A soma aplicada no Brasil em 2010 foi de €104,6 milhões, valor só inferior ao dos times ingleses (€ 128 milhões) e dos clubes alemães (€118 milhões).
"Hoje nós temos métricas mais apuradas para contabilizar o retorno do investimento no país. Aquele amadorismo do tipo 'só invisto se der visibilidade' tem perdido espaço para uma discussão um pouco mais profunda", diz César Gualdani, sócio diretor da Sport+Markt.
No ano passado, informa a americana IEG, em relatório que acaba de ser finalizado, as Américas Central e do Sul ampliaram em 3,8% os investimentos na área. A soma de recursos aplicados foi de US$ 3,6 bilhões no ano passado nesses locais. A consultoria esperava uma taxa de crescimento maior, de 5,7%. "A alta não se materializou. Mas acreditamos que essa região ainda deverá ter uma das maiores expansões em patrocínios no mundo nos próximos anos", informa o estudo.
Veículo: Valor Econômico