Clima e calendário ajudam vendas na Páscoa

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Preços dos ovos devem subir entre 5% e 6% neste ano e, em volume, aumento esperado vai de 10% a 15%

 

Conforme o calendário religioso, a data da Páscoa varia entre 22 de março e 25 de abril, dependendo do ano. A situação mais rara é quando a festa cai no fim de abril, como deve acontecer este ano. Desta vez, a comemoração da ressurreição de Jesus acontecerá no dia 24 de abril. Razões cristãs à parte, a indústria de chocolate está bem otimista, graças ao calendário. A previsão é de que as vendas cresçam em volume de 10% a 15%, em alguns casos até mais de 30%, por conta da festa tardia. O motivo é simples: com a Páscoa na penúltima semana de abril, o consumidor já está recuperado de gastos típicos do começo de ano, como IPVA, IPTU e material escolar. Além do dinheiro no bolso, o clima mais ameno do outono também favorecerá as vendas.

 

"Em 2010, as vendas se concentraram mais na última semana antes da Páscoa", lembra Alais Fonseca, diretora de marketing da Top Cau, quarta maior fabricante de ovos de Páscoa do país (atrás de Kraft, Nestlé e Garoto). Naquele ano, a festa caiu em 4 de abril, em um ano de "El Niño", o fenômeno climático que eleva temperaturas.

 

A previsão é diferente para este ano. "Estamos em um período de 'La Niña', que traz temperaturas menores", diz Olívia Nunes, da Somar Meteorologia. "Não há perspectiva de entrada de uma massa de ar polar tão brusca, mas com certeza teremos temperaturas mais amenas, o que pode gerar uma certa constância nas vendas", diz ela.

 

É nessa constância que a indústria aposta. As parreiras de ovos nos supermercados - que serão montadas logo após o Carnaval, que acontece de 5 a 8 de março - devem atrair consumidores mais cedo. "É como se o período de vendas se esticasse", diz Reinaldo Bertagnon, gerente comercial da Cepam, dona da marca Village. Por esse motivo, ele espera vender 15% mais ovos que em 2010.

 

O Grupo CRM, dono da Kopenhagen, Brasil Cacau e DanTop, está ainda mais otimista: a previsão é vender 370 toneladas de ovos e itens sazonais, o que resulta em um aumento de 34% em relação à festa do ano passado.

 

Na Top Cau, a produção este ano salta dos 7 milhões de ovos de 2010 para 8 milhões de unidades. Na Harald, que fabrica chocolate para indústrias, padarias, restaurantes e produtores artesanais, a expectativa é de uma alta em volume de 15% a 18% em relação a 2010, segundo Jacob Cremasco, gerente comercial.

 

A Nestlé, segundo sua assessoria de imprensa, espera vender 5% mais em volume. Na Hershey, que não produz ovos de Páscoa, as vendas de bombons e outros tipos de chocolates devem crescer entre 10% e 15%, segundo Aloisio Periquito Neto, presidente da empresa no Brasil.

 

Os preços devem subir. "Haverá um aumento entre 5% e 6% por conta da variação do açúcar e do cacau ao longo do ano que passou", diz o executivo-chefe da Hershey.

 

Apesar de preços mais altos, observam os fabricantes, o consumidor não deve se intimidar. Isso aconteceu ao longo de 2010, quando o consumo cresceu 7,8% em volume, chegando a 152,115 milhões de quilos, segundo a Nielsen. "O consumo está muito aquecido e deu um grande salto em 2010 por conta do ganho de renda da população", diz Cremasco, da Harald. O reflexo na Páscoa é positivo: segundo dados da Kantar Worldpanel, fornecidos pela Nestlé, 74% dos lares consomem ovos de Páscoa - um crescimento de 10% nos últimos três anos.

 


Veículo: Valor Econômico


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