Samsung vem com tudo

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Em sua primeira entrevista, o presidente Jeongwook Kim diz que a empresa irá dobrar de tamanho e pode fabricar produtos da linha branca no Brasil

 

O novo presidente da Samsung no Brasil, Jeongwook Kim, chegou ao País há pouco mais de um mês. Ainda não teve tempo de visitar o bairro do Bom Retiro, em São Paulo, região onde vivem os imigrantes coreanos.

 

Mas de uma coisa ele já sabe. Kim tem uma missão ambiciosa em solo brasileiro: dobrar o faturamento da companhia sul-coreana e transformá-la na terceira maior fonte de receitas para a gigantesca multinacional, atrás apenas das operações nos Estados Unidos e na China.
“Nos últimos dois anos, a Samsung dobrou de tamanho no Brasil. Queremos continuar no mesmo ritmo”, afirmou Kim à DINHEIRO em Barcelona, em sua primeira entrevista à imprensa brasileira.


 
No ano passado, a filial da companhia faturou US$ 5 bilhões. O executivo foi à Espanha participar do maior evento de telefonia móvel do mundo, o World Mobile Congress (leia mais sobre o evento na seção Mercado Digital).


 
Não será uma missão fácil. Atualmente, o Brasil é o quinto maior mercado para a Samsung. O País ainda perde para Índia e Rússia. Mas isso deve mudar este ano. “Saímos do nono para o quinto lugar em um ano”, afirma Kim. “Agora podemos chegar ao terceiro.”
 


O conglomerado, maior produtor mundial de chips de memória, displays de cristal líquido e tevê de tela plana, bateu seu recorde em faturamento no ano passado. A receita total chegou a US$ 137,3 bilhões, 13% acima da do ano anterior. O desempenho consolidou a Samsung como a maior empresa de tecnologia do mundo, pelo segundo ano consecutivo. O Brasil representou 3,6% do faturamento mundial.

 

Para cumprir sua missão, Kim conta com uma estrutura que tem se mostrado ágil e capaz de lidar com os desafios da concorrência local. Um exemplo disso foi o lançamento da linha de tevês 3D no mercado brasileiro.
 


A Samsung tinha planos de lançá-la somente no final do primeiro semestre de 2010. Mas bastou saber que a rival e também sul-coreana LG estava pronta para trazer sua linha ao País em abril para a companhia mobilizar suas tropas. Resultado: conseguiu ser a primeira a comercializar um aparelho tridimensional por aqui.
 


Outro trunfo são as linhas de smartphones e tablets. Em Barcelona, a Samsung apresentou duas novas versões de seus sucessos de venda: o smartphone Galaxy SII e o Galaxy Tab. Eles concorrem, respectivamente, com o iPhone e o iPad, ambos da Apple.
 


A companhia, que já é a segunda maior produtora de celulares do mundo, depois da Nokia, anunciou que a primeira versão do Galaxy atingiu dez milhões de unidades vendidas.
 


A nova versão é mais leve, pesa apenas 116 gramas e tem processador duplo. Os dois novos modelos também serão produzidos no Brasil. Uma novidade desses dois modelos são as características de segurança, que podem tornar o Galaxy SII e o Galaxy Tab alternativas para uso corporativo.
 


Eles terão mecanismos remotos de bloqueio dos aparelhos e de acesso às informações. “O Galaxy S pode ser customizado para diversos tipos de empresas. Esse é um mercado que nos interessa”, disse Kim.
 


A infraestrutura para sustentar o forte crescimento previsto pela multinacional no Brasil é a fábrica de Manaus, a maior em área de toda a companhia sul-coreana. A única família de produtos que falta é a de linha branca. Não por muito tempo.
 


A empresa avalia a instalação de uma nova fábrica de lavadoras e refrigeradores no País. “Isso ainda está em estudos, não tomamos a decisão”, afirmou o executivo. Kim, que já foi o responsável pelos negócios da Samsung no Sudeste Asiático, qualifica o crescimento do consumo brasileiro como sustentável.
 


Ele diz não acreditar que esteja havendo uma bolha de crédito. “Vemos que existe um crescimento de renda real, níveis de desemprego historicamente baixos”, afirma. “O consumo não está sendo impulsionado apenas por crédito, como ocorria em países da Ásia durante a crise na região.” Para ele, as taxas de crescimento brasileiras, embora mais baixas do que as da China e da Índia, serão muito menos voláteis. “Brasil e Rússia não dependem tanto de recursos externos para crescer”, diz.
 


Veículo: Revista Isto É Dinheiro


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