Consumo de pão cresce 8%

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O pão francês está cada vez mais presente à mesa dos brasilienses. O consumo, apenas em janeiro, aumentou 8% frente ao mesmo período de 2010. A expectativa do Sindicato da Indústria da Alimentação de Brasília (Siab) é de que a venda do alimento continue crescente, de forma que, até o fim de dezembro, o acumulado supere em até 13% o patamar geral alcançado no ano passado: um faturamento de R$ 570 milhões. Economistas acreditam que a ascensão das classes C e D é um dos principais fatores responsáveis por impulsionar os números e o comércio nesse segmento. Isso significa que os moradores da capital federal, antes sem acesso às tradicionais fornadas, não só entraram na fila do caixa como também estão ajudando a ampliar os lucros do setor.

 

Em 2010, o aumento na venda de pães também foi significativo no DF: 12,7%. Este é o quarto ano em que o setor cresce mais de 10%. No cenário nacional, os índices de comercialização são semelhantes, com um salto registrado em 13,7%. Superando até a alta nas vendas dos supermercados (9%), o setor de varejo (8,25%) e as lojas de departamento (7%). O consumo brasileiro per capita de pão é de pouco mais de 30 quilos por ano, o equivalente a pouco menos de dois pães por dia.

 

De acordo com o presidente do Siab, José Joffre Nascimento, o período das férias é caracterizado pelo baixo movimento nas padarias. Para ele, como janeiro foi um bom mês para os empresários do ramo, a probabilidade de se alcançar a meta anual é grande. “Certamente, ganhamos com a mudança de governo, mais gente ficou na cidade e nós levamos isso em conta. Como o carnaval será em março, também não devemos sofrer a queda comum para fevereiro. De qualquer forma, as perdas se equilibram e mesmo com elas projetamos para 2011 ganhos superiores para todos os meses”.

 

José Onoffre defende que não há aumento previsto no preço do pão. Até porque, no DF o valor médio do quilo está acima do nacional. São cobrados R$ 6,5 na capital federal, contra R$ 6 no restante do país. “Além do poder aquisitivo ser mais alto, também arcamos com custos maiores, como o do aluguel, por exemplo. A própria farinha de trigo aqui supera os preços negociados no Sul e no Sudeste”, argumenta.

 

Classes C e D

 

Como o pãozinho faz parte da lista de itens necessários, o economista da Universidade de Brasília (UnB) Vander Lucas descarta a possibilidade do aumento de 8%, registrado em janeiro, ter relação com o simples crescimento do consumo. “Quem ganha um aumento, não necessariamente come mais pão, arroz ou feijão. Esta pessoa vai gastar mais com a carne, por exemplo, que é um produto mais caro”. Com base nesse argumento, ele atribui o incremento do consumo às classes C e D, que tiveram aumento considerável na renda ao longo do último ano.

 

Lázaro Guimarães, dono de uma panificadora na Asa Sul confirma a hipótese na prática. “O trabalhador das classes mais baixas é um cliente assíduo, até porque ele viaja menos. Foi com essa ascensão das classes C e D que ele começou a frequentar mais a padaria”, conta.

 

No entanto, o economista Vander Lucas alerta para uma possível desaceleração do consumo ao longo dos próximos meses. “No ano passado, houve um aumento generalizado na compra de bens de diversos setores da economia, mas esse ano o crescimento tende a ser menor. A própria pressão inflacionária deve frear o comércio. Quando o ganho do consumidor é reduzido, isso reflete nos gastos que ele se propõe a fazer”, diz. 

 

Veículo: Correio Brazliense


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