Índice da Embrapa mede os custos da produção no setor.
O Índice de Custo de Produção de Leite (ICPLeite) aumentou 2,68% em fevereiro na comparação com janeiro. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Unidade Gado e Leite (Embrapa Gado e Leite), o índice que mede a variação no custo de produção do leite em Minas Gerais, no acumulado nos últimos 12 meses, apresentou alta de 9,1%.
Em fevereiro, a variação positiva de 2,68% foi impulsionada principalmente pelos insumos que compõem os grupos relacionados à alimentação do rebanho. O aumento no preço médio dos insumos do grupo concentrado foi o mais significativo com elevação de 4,1%, seguido do grupo sal mineral, com alta de 2,6%. Os dois grupos são os principais componentes do ICPLeite/Embrapa.
No grupo concentrado, a alta foi influenciada pelo aumento nos preços da ração para vacas leiteiras, do fubá de milho e da poupa cítrica. No grupo sal mineral foi devido à alta no preço do sal comum. Em produção e compra de volumosos o aumento de 1,48% em fevereiro se deve à elevação nos preços de insumos necessários para produção de silagem e manutenção de canaviais.
No grupo energia e combustível, a alta de 0,34% foi influenciada pelo aumento dos preços do álcool, que geralmente ocorre no fim e no início de cada ano, devido ao período de entressafra da cana-de-açúcar.
De acordo com o levantamento da Embrapa, dos grupos pesquisados apenas dois apresentaram deflação, em reprodução a queda de 3,97% foi influenciada pelas variações nos preços do sêmen e no caso do grupo de sanidade, com queda de 0,26% em fevereiro, pela ligeira variação nos preços de carrapaticidas e bernicidas. O grupo de insumos qualidade do leite não sofreu alteração ao longo de fevereiro.
Alimentação - O ICPLeite/Embrapa acumulado no primeiro bimestre deste ano apresentou variação positiva de 4,3%. Dos oito grupos avaliados cinco apresentaram alta. As principais elevações foram identificadas no concentrado, com aumento de 6,3%, sal mineral (5,1%) e produção e compra de volumosos (2,7%). As altas menos expressivas aconteceram no grupo de energia e combustível com leve variação de 0,7% e no de mão de obra, 0,6%.
No período apenas dois grupos apresentaram deflação. A queda foi verificada nos grupos de reprodução, que teve variação negativa de 3,5%, e no de sanidade, com recuou 0,7%. O grupo de insumos qualidade do leite não apresentou variações nos preços.
Ao longo dos últimos 12 meses o ICPLeite/Embrapa aumentou 9,1%. Os itens relativos à alimentação do rebanho mais uma vez foram os foram os responsáveis pela alta significativa. No intervalo, o grupo de sal mineral aumentou 32,5%, seguido pelo grupo de produção e compra de volumosos (12,8%) e concentrado (9,1%).
De acordo com os dados da Embrapa, a alta verificada nos insumos que formam o grupo sal mineral ocorreu devido ao incremento de preços dos ingredientes utilizados como fonte de fósforo. No grupo produção e compra de volumosos a alta foi promovida pela variação positiva nos preços de adubos e insumos utilizados para produção silagem e manutenção de canaviais e pastagens.
Já no grupo de concentrado o aumento dos ingredientes da ração bovina é justificado pelo encarecimento do milho e soja, principais componentes que estão com a oferta restrita e demanda aquecida. No grupo sanidade o que mais interferiu foram as variações nos preços de medicamentos e vacinas de uso veterinário.
Apesar das altas significativas, três grupos apresentaram deflação no acumulado dos últimos 12 meses. O grupo reprodução registrou recuo de 2,53% devido à variação negativa nos preços de sêmen. O grupo energia e combustível encerrou o período com queda de 1,29%. O segmento de qualidade do leite manteve os preços dos insumos praticamente estáveis, com pequena deflação de 1,12%, pelo recuo nos valores dos detergentes utilizados para limpeza dos tanques de armazenamento e equipamentos de ordenha.
Veículo: Diário do Comércio - MG