Colheita de café terá incentivo para máquinas

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Governo vai oferecer linhas de crédito subsidiadas, para tentar reduzir pela metade os custos de pequenas propriedades agrícolas

 

O governo está estimulando a mecanização da colheita do café para produtores de pequeno porte, como maneira de viabilizar economicamente a atividade, que sofre com os elevados custos de mão-de-obra. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), responsável por políticas de crédito para pequenos agricultores, incluiu os primeiros dois modelos de máquinas de colher café entre os itens que podem ser financiados com linhas de crédito subsidiadas.

 

A intenção é reduzir pela metade os custos na colheita de café de pequenas propriedades agrícolas e elevar a lucratividade do agricultor, permitindo que ele continue com a atividade.

 

Os custos de mão-de-obra no Brasil subiram fortemente nos últimos anos, tanto nas faixas de menores ganhos, devido aos aumentos significativos do salário mínimo, quanto em outras faixas de remuneração, já que há pouca disponibilidade de trabalhadores qualificados em meio ao grande crescimento econômico.

 

Segundo estudos do MDA, cerca de 75% da produção de café no Brasil ocorrem em propriedades de até 10 hectares, onde os gastos com a colheita manual giram em torno de 30% do custo total de produção.

 

Com a adoção da mecanização na colheita, o ministério calcula que haveria redução desse gasto em 50%, o que levaria a participação da colheita no custo total de produção a 15%.

 

"A mecanização vai contribuir para a estabilização demográfica rural,"
afirmou o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, que mostrou os novos equipamentos durante a Agrishow, evento de tecnologia agrícola que acontece em Ribeirão Preto. Na ocasião também foi lançada uma linha de máquina para colheita de cana.

 

A urbanização no Brasil atingiu o maior nível da história em 2010 de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que indicou que 84,4% dos habitantes vivem em cidades. Nos anos 60, apenas 45% dos brasileiros viviam nas cidades. Por isso, há preocupação no governo em viabilizar economicamente os pequenos agricultores e evitar que eles deixem a área rural em direção às cidades.

 

As colheitadeiras fazem parte de um catálogo com 4 mil itens que podem ser financiados com juros de 2% ao ano e carência de três anos para iniciar os pagamentos das parcelas.

 

Limites individuais de financiamento ficam em R$ 150 mil, mas os equipamentos, que possuem custos próximos de R$ 400 mil, podem ser compradas por consórcios de produtores, que vão se alternar no uso do equipamento.

 

O governo brasileiro ofereceu na safra 2010/11 cerca de R$ 5 bilhões nesse programa de compra de equipamentos, chamado Mais Alimentos, e segundo Florence o valor poderá dobrar na próxima safra.

 


Volume embarcado cresce 17,6%

 


O volume de café exportado pelo Brasil em abril apresentou aumento de 17,6%, em relação a igual mês de 2010. Foram embarcadas 2,703 milhões de sacas de 60 quilos, ante 2,297 milhões de sacas em abril de 2010, conforme levantamento divulgado na quinta-feira pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé).

 

O levantamento mostra que a receita cambial em abril foi o melhor resultado dos últimos 12 meses, com alta de 88,9% em relação a abril de 2010. Os exportadores faturaram US$ 681,4 milhões, em comparação com US$ 360,7 milhões em abril do ano passado. Considerando a qualidade do café exportado em abril, 78% foi do tipo arábica, 12% do robusta e 10% do solúvel.

 

O balanço das exportações de café mostra que o volume embarcado nos primeiros quatro meses deste ano totaliza 10,937 milhões de sacas, aumento de 13% em relação ao ano anterior (9,712 milhões de sacas), segundo levantamento do CeCafé. Nos primeiros quatro meses, a receita cambial foi de US$ 2,55 bilhões, representando aumento de 68% em comparação com igual período do ano passado (US$ 1,52 bilhão).

 

A receita cambial nos últimos 12 meses, até abril, alcança US$ 6,698 bilhões. No período, foram embarcadas 34,248 milhões de sacas de 60 quilos do produto (verde, solúvel e torrado e moído).

 

No acumulado de janeiro a abril de 2011, os mercados importadores mais relevantes foram Europa, com 56% do total, seguida pela América do Norte, com 22%; Ásia, com 17%; e América do Sul, com 3%.

 

Segundo o CeCafé, os Estados Unidos são líderes entre os países importadores, com 2.157.463 sacas (20% do total). Na sequência está a Alemanha, com 2.011.404 sacas importadas (18%); Itália, com 1.059.605 sacas (10%), e Bélgica, com 940.073 sacas (9%). Em quinto lugar segue o Japão, com 710.630 sacas importadas (6% do total).

 

Os embarques do produto nos quatro primeiros meses do ano foram realizados principalmente por meio do Porto de Santos, que escoou 79,1% do total
(8.655.369 sacas), o Porto de Vitória, por onde saíram 1.392.467 sacas (12,7% do total) e o Porto do Rio de Janeiro, por onde foram embarcadas 661.410 sacas (6,%).

 


Veículo: Jornal do Commercio - RJ


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