Setor de vestuário tem cenário mais positivo

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No setor de vestuário, o cenário é mais positivo. Segundo a Abit, o segmento teve alta de produção de 9,62% de janeiro a março deste ano, contra o mesmo período do ano passado. Apesar do crescimento, as empresas do setor reclamam da competição com a informalidade e com os importados ilegalmente.

 

A Dudalina tem 54 anos e chegou a ser a maior exportadora de camisas masculinas com tecidos planos do Brasil. Mas com as dificuldades de competitividade por conta do custo de produção no Brasil e do câmbio, a empresa decidiu investir na marca própria e reduzir a fabricação de peças para terceiros, o chamado "private label", para dedicar as atenções ao mercado interno.

 

Segundo Sonia Hess, presidente da companhia, a empresa reforçou os investimentos em design das peças e fortalecimento da marca Dudalina, com uma linha de peças mais sofisticada, voltada para o mercado de homens de negócio. Além dessa linha, a empresa mantém as marcas Individual e Base, com peças de jeans wear voltadas para o público masculino.

 

Depois de anos de expertise no mercado masculino, a Dudalina lançou uma linha de camisas femininas

 

Depois de anos de expertise no mercado masculino, a Dudalina resolveu ampliar o mix e, há cerca de oito meses, lançou uma linha de camisas femininas. Com o sucesso das vendas, a empresa espera passar de R$ 170 milhões em faturamento, obtidos em 2009, para R$ 240 milhões este ano. Até 2016, a meta da presidente é chegar ao R$ 1 bilhão em vendas.

 

"Resolvemos usar a nossa expertise em camisaria para agregar valor a peças femininas", diz Sonia. Para dar conta do volume de pedidos, a companhia acaba de alugar um pavilhão em Blumenau para abrir espaço para as áreas de corte, engenharia e organização do show room da unidade original. Segundo a presidente, a previsão é de que a Dudalina invista R$ 12 milhões em novas máquinas e equipamentos e expansão da capacidade produtiva ainda em 2011.

 

Para Sonia, o mundo da moda é rápido e em constante transformação, e a sobrevivência financeira das empresas do setor depende de conseguir se adaptar a este ritmo. "É preciso ter agilidade e rapidez para reagir às mudanças", defende.

 

Hoje, a empresa mantém quatro fábricas - além de Blumenau, tem unidades em Luis Alves e Presidente Getúlio, em Santa Catarina, e uma em Terra Boa, no Paraná. A presidente diz que já há planos para uma expansão em Blumenau, com 5 mil metros quadrados de área construída, e uma nova fábrica em Presidente Getúlio. Hoje, a companhia conta com 1.535 funcionários.

 

Abrir mão das exportações em volume, onde não era possível ter controle sobre a marca, também foi uma estratégia adotada pela Marisol, de Jaraguá do Sul. Segundo Giuliano Donini, presidente da companhia que tem 47 anos, desde 2008 as vendas para o exterior têm sido pouco representativas no faturamento da companhia. Segundo o balanço de 2010, as exportações tiveram uma queda de 19,5% em relação a 2009, enquanto o faturamento no mercado interno cresceu 5,7% no período. A empresa encerrou o ano com R$ 406,7 milhões de receita operacional líquida, crescimento de cerca de 5% sobre o ano anterior. No primeiro trimestre deste ano, as vendas somaram R$ 84,77 milhões, aumento de 17,78% sobre o mesmo período de 2010.

 

Hoje, segundo Donini, as vendas dos produtos da Marisol são feitos com canais de marcas próprias - a empresa mantém onze lojas no exterior com a bandeira Lilica Ripilica e Tigor T. Tigre - e em países em que eles consigam manter uma boa exposição da marca junto aos varejistas locais.

 

"Não estamos mais abertos a todos os que querem nos comprar", diz. Segundo o empresário, muitas vezes a empresa investia para montar toda uma estrutura de vendas em um novo país e o faturamento era pouco representativo. "Não faz sentido mandar o produto para ser mais um. Essa estratégia não cria relevância nem para o varejista, nem para o consumidor final", explica.

 

A Marisol ainda mantém negócios com países como Portugal, onde mantém 200 lojas multimarcas credenciadas, no Peru e na Bolívia, onde conseguiu montar uma boa distribuição, além de Espanha, México, Grécia e Líbano. (JP)

 

Veículo: Valor Econômico


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