Empresas com menor participação no mercado de alimentos, como a Fugini e a Arcor, aproveitam o menor investimento em lançamentos e promoções das grandes marcas para se mexer e conquistar consumidores.
A Fugini, por exemplo, lançou no primeiro semestre uma linha de pratos prontos em oito versões. Para o segundo semestre planeja colocar no mercado mais dois pratos prontos novos e irá estrear no setor de chocolates. "Temos apenas seis anos de mercado. Não poderíamos deixar de aproveitar a chance de lançar mais produtos agora, quando as marcas de referência estão mais paradas", afirma Auro Ninelli, presidente da Fugini. Para financiar os lançamentos, Ninelli resolveu compensar o aumento do preço das matérias-primas com embalagem mais baratas e mais fáceis de transportar, como os sachês.
"Conseguimos oferecer um preço até 15% menor que o dos maiores concorrentes e assim privilegiamos o consumidor da classe C, que é o que mais tem dinheiro hoje", diz o executivo. Ele espera acumular até dezembro um faturamento de R$ 150 milhões, cerca de um terço a mais que os R$ 115 milhões do ano passado. "No primeiro semestre já tivemos 36% de alta nas vendas e vamos continuar assim até fechar o ano."
A argentina Arcor promete continuar lançando produtos, como fez no primeiro semestre. "Continuaremos com novidades para ganhar mercado", diz o diretor de marketing, Gabriel Porciani. Com a pressão da alta do cacau, a empresa escolheu diversificar seu mix para atender desde os consumidores com menos dinheiro até os mais ricos. Por isso está colocando no mercado produtos mais sofisticados, como os chocolates recheados de avelãs e amêndoas e outros até 50% mais baratos, graças a um redesenho do formato dos tabletes, agora com até cinco gramas a menos.
Veículo: Valor Econômico