Fábricas da Selmi, Ramarim, Samsung e LG já trabalham para atender aos pedidos do varejo e projetam crescimento para o período de Natal e fim de ano.
No ramo de calçados, item forte em vendas das festas de fim de ano, a Ramarim espera crescer em torno de 10% em relação a igual período de 2010. "A capacidade produtiva da empresa está plenamente alinhada com as perspectivas de encomendas para o período de final do ano", diz o diretor, Jakson Wirth.
Segundo o vice-presidente de Eletrônicos de Consumo da Samsung, José Fuentes, a fabricante coreana teve as vendas de televisores ampliadas 6%, e 11% as de câmeras digitais e celulares. "Nossa produção já está fortemente alocada para o Natal, afinal os grandes varejistas já encomendaram produtos para serem comercializados deste mês até dezembro", disse Fuentes.
Apesar da queda do uso da capacidade instalada nas fábricas, de 82,4% em junho para 82,1% em julho, conforme dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI), o faturamento real da indústria em julho cresceu 0,6% ante o mês anterior, no dado dessazonalizado, e acumula uma alta de 5,1% nos sete primeiros meses do ano. Para a CNI, a redução da taxa de juros deve ter efeito limitado na indústria, ainda pressionada pelo cenário externo, e a sua previsão é que o Natal de 2011 não será tão bom como o de 2010.
No varejo, que conta cada vez mais com importados, a expectativa é manter o nível de atividade registrado no final de 2010, considerado "o melhor Natal da década". "O faturamento da data deve ser similar ao de 2010, sem apresentar crescimento, mas, sim, estabilidade", resume a economista Fernanda Della Rosa, da Federação do Comércio de Bens e Serviços do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP). Já a Confederação Nacional do Comércio (CNC) estima alta de 5,6% (sobre os 10% averiguados em igual período de 2010). "Enquanto o varejo é beneficiado pelos importados, a indústria sofre com o câmbio", afirmou a economista da entidade, Mariane Henson.
No setor financeiro, o índice de inadimplência entre pessoas físicas sobe bem menos que o ritmo da expansão do crédito (47,3% do PIB) desde o início do ano. Chegou a 6,6% em julho, o que representa alta de 0,9 ponto percentual sobre junho, de acordo com dados do Banco Central.
Veículo: DCI