A expectativa de um crescimento "robusto" do setor atacadista e distribuidor mineiro neste ano não deverá se concretizar. A contínua desaceleração da economia já afeta as empresas do segmento e as perspectivas de negócios para este segundo semestre não são tão favoráveis quanto o esperado. Com isso, o faturamento deverá crescer somente a metade do registrado em 2010, ficando em 4%.
A redução das estimativas foi causada pela queda no volume das encomendas e isso se deu em virtude da alta de preços gerada pela inflação e das medidas adotadas pelo governo federal para conter o consumo. No entanto, de acordo com o presidente da Associação dos Atacadistas Distribuidores do Estado de Minas Gerais (Ademig), Ronaldo Saraiva Magalhães, tais reflexos negativos ainda estão longe de significar uma crise no setor.
"O segundo semestre é tradicionalmente mais aquecido do que o primeiro. Mas a grande maioria das empresas mineiras, que atuam no segmento alimentício, só começa mesmo a sentir um aumento das encomendas a partir de setembro. Mesmo assim, neste ano o resultado estimado não vai ser tão bom quanto o do ano passado", afirmou.
Segundo ele, os 8% de acréscimo no faturamento real do setor em 2010 foram impulsionados pelo forte aumento do consumo da população, ao contrário do que vem ocorrendo neste ano. Sendo assim, ele acredita que a indústria atacadista vai crescer de forma "mais modesta".
"A meta é de um faturamento nominal (sem descontar a inflação) na casa dos 10% na comparação com o ano anterior. Mas o incremento real não deve passar de 4%, o que não quer dizer que estamos em crise e nem que estaremos em 2012", disse.
Magalhães ressaltou que desde o mês passado já começou a haver um aumento de encomendas, principalmente as relacionadas a produtos voltados para o Dias das Crianças. Para as empresas que trabalham com produtos natalinos, o aumento da demanda se acentua a partir de setembro e chega ao auge em outubro.
Ele, além de presidente da Ademig, também é diretor-presidente da Embrasil Atacadista Distribuidor, com sede em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Magalhães afirmou que a empresa também tem registrado menor incremento nos pedidos em relação a igual período de 2010.
Recorde - Por outro lado, no caso da Tecidos e Armarinhos Miguel Bartolomeu S/A (Tambasa Atacadista), sediada em Contagem, na RMBH, o momento é de otimismo. Segundo o diretor comercial, Alberto Portugal, o mês de agosto foi o melhor do ano para a empresa, e contribuiu para que o faturamento alcançasse R$ 124,7 milhões no acumulado do ano.
"As encomendas para o setor de construção civil foram responsáveis por este incremento. O segmento ainda está bastante aquecido e deve permanecer assim até o final do ano", afirmou.
Diante disso, a Tambasa reviu para cima sua previsão de crescimento dos negócios, passando de 13,6% para cerca de 15% em comparação com o ano passado. Mesmo assim, segundo Portugal, o índice será menor do que o alcançado em 2010.
Veículo: Diário do Comércio - MG