Cacau: Produção deve avançar 5% e chegar a 243 mi de toneladas

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A Bahia, que continua liderando a produção de amêndoas no Brasil, perdeu participação e detém agora 62% do mercado, seguida pelo Estado do Pará, com 25%



O Brasil deve fechar este ano com uma safra de cacau 5% maior superando a marca de 243 mil toneladas, ante as 233 mil toneladas do ano anterior, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já os produtores discordam dessa estimativa e projetam uma safra menor no País, que com uma queda de 30% ante a produção anterior.

Apesar de uma safra cheia no ano passado, com pouca incidência da praga vassoura-de-bruxa, que há décadas afeta a produtividade nos campos, o setor cacaueiro está atento às mudanças climáticas que trazem uma umidade relativa maior este ano, aumentando assim a infestação da doença. "Vamos ter uma queda de produção este ano, pois o aumento da umidade relativa traz consigo a vassoura-de-bruxa que é o nosso maior problema", comentou o secretário da Agricultura do Estado da Bahia, Eduardo Salles.

A Bahia, que detém 62% da produção nacional de amêndoas, espera colher 110 mil toneladas este ano, contra as 140 mil toneladas da safra passada. O analista da empresa Mercado do Cacau, Adilson Reis, concorda com o secretário e lembra que as plantações do estado também estão refletindo a falta de investimentos dos produtores e os problemas climáticos. "No ano passado, nós colhemos uma safra de 140 mil toneladas o que representa um volume atípico, já que na média é de 110 mil toneladas", disse Reis. "E como tivemos um clima ótimo a safra foi muito boa. Já na safra atual estamos voltando a normalidade, e vamos fechar com uma queda de 30%, dado que o cacau recebe pouco cuidados por parte dos produtores, com baixo uso de insumos", disse.

Para Salles, essa falta de investimentos também é reflexo do alto endividamento dos produtores baianos. Tanto que a Secretaria da Agricultura do estado está buscando criar programas de refinanciamento para auxiliar a quitação de dividas desses agricultores. "Quase metade dos produtores do estado se encontrava nessa posição, ou seja, mais de 14 mil estavam endividados. E conseguimos para eles programas de refinanciamento, com carência de até 8 anos para quitar as dívidas", garantiu.

Além disso, a Bahia está apoiando o projeto de pesquisa para a erradicação da vassoura-de-bruxa, lançado na última sexta-feira (9) pela Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e com o Ministério de Ciência e Tecnologia "A pesquisa foi estruturada para contemplar abordagem de combate à doença que reduziu a produção brasileira de 400 mil toneladas de cacau a menos de 100 mil toneladas", disse Salles, na volta de Ilhéus (BA), onde aconteceu o evento.

O projeto obteve recursos de R$ 6 milhões da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e do próprio Mapa. "Além da Ceplac, estão envolvidas nessa pesquisa a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), a Universidade de São Paulo (USP), a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Apesar do esforço baiano, a participação do estado na produção brasileira de cacau, que nos anos de 1990 era superior a 90%, não ultrapassa a casa de 62% hoje, seguida pelo Pará, com 25%, Rondônia, com 7%, Espírito Santo, com 3%, e Amazonas, com 1%.

Por fim, Salles lembrou que de hoje até o dia 16 de setembro o setor cacaueiro irá se reunir em Brasília (DF), na 74ª Assembleia Geral e Conselho de Ministros da Aliança dos Países Produtores de Cacau (Copal), para avaliar os trabalhos da organização no ano agrícola de 2010/2011 e discutir as principais propostas para o próximo ano.


Veículo:DCI


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