Na contramão do que ocorreu com a maioria das frutas, cujas vendas externas despencaram, as exportações de abacate cresceram 21,4% entre janeiro e agosto de 2011, conforme os dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pelo Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf).
A façanha deve-se em grande parte ao trabalho da Jaguacy Brasil, responsável por cerca de 76,8% do total exportado pelo país. Sediada em Bauru, no interior de São Paulo, a empresa fundada pelo engenheiro agrônomo Paulo Roberto Leite de Carvalho exportou 2,53 mil toneladas de abacate - o total nacional foi de 3,29 mil toneladas da frutas -, especialmente para o mercado europeu.
O crescimento expressivo das exportações é resultado da abertura, em 2011, de um escritório da Jaguacy na Holanda, conta Tiago Carvalho, um dos sócios da companhia. "Existe uma grande diferença quando você trabalha com importadores. Eles nos mantêm longe dos problemas, mas também dos ganhos extras", diz ele. Em menos de um ano, afirma Carvalho, a representação própria no exterior fez com que as exportações da empresa crescessem 38%.
Com faturamento anual de R$ 10 milhões e 25 produtores associados, a Jaguacy tem no mercado externo sua grande plataforma, com 90% de sua produção destinada ao exterior.
Isso porque os abates da Jaguacy são da variedade avocado, usados na produção de guacamole e também como salada e acompanhamento de carnes. "No Brasil, o hábito é consumir abacate com açúcar. O avocado combina mais com salgado", explica o gerente do Ibraf, Maurício de Sá Ferraz.
Veículo: Valor Econômico