Falta de mão de obra trava aportes de supermercados

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Serviços diferenciados exigem melhor capacitação.


Apesar do incremento no faturamento dos supermercados em Minas Gerais e dos recorrentes investimentos no ramo, a falta de mão de obra continua emperrando o crescimento do setor. Prova disso é que os dirigentes ainda têm dúvidas se, diante do déficit de profissionais, o segmento conseguirá aumentar o número de pessoas contratadas no mesmo ritmo da demanda. A expectativa é que o número de vagas abertas salte de 132 mil em 2010 para 140 mil neste ano.

O presidente da Associação Mineira de Supermercados (Amis), José Nogueira Nunes, confirmou no mês passado, durante a 25ª Convenção Mineira de Supermercados (Superminas), que o gargalo do setor hoje é a mão de obra. Segundo ele, essa questão ameaça, inclusive, a concretização dos investimentos de R$ 250 milhões previstos para o Estado, em 2012, na abertura e reformas de lojas. No atual exercício, a estimativa é que o segmento fature R$ 14 bilhões em Minas, 5% a mais do que em 2010.

O grupo Super Nosso/Apoio Mineiro, é uma das companhias do ramo que enfrentam o desafio de contratar mais para sustentar sua expansão. O diretor-executivo Rodolfo Nejm diz que o entrave é maior no caso do Super Nosso devido ao perfil gourmet do negócio, no qual a qualidade dos serviços oferecidos precisa ser diferenciada.

No momento, o grupo, que emprega 4 mil pessoas, tem 400 vagas em aberto. Conforme a gerente de Recursos Humanos, Ana Luiza Souza, cem oportunidades são oferecidas em caráter temporário para atender ao aumento do movimento nas unidades no fim do ano. Já os outros postos de trabalho são fruto da abertura de dois pontos de venda previstos ainda para este ano, sendo um Apoio Mineiro e um Super Nosso.

De acordo com a gerente, a maior dificuldade é preencher os cargos técnicos, que exigem conhecimentos prévios. É o caso, por exemplo, dos padeiros, açougueiros, cozinheiros e sushimans.

Formação - Para driblar o problema, a empresa criou um programa de formação que atinge os profissionais interessados em alçar novas funções. A iniciativa tem se mostrado exitosa, conforme Ana Luiza Souza, e tornou-se ainda mais urgente neste ano, quando a falta de mão de obra atingiu níveis extremos. "Além do bom momento da economia, que torna esses profissionais muito disputados, perdemos pessoal para a construção civil", aponta. Conforme ela, ainda em 2011, o grupo irá formar internamente, oito sushimans.

Já no interior, embora a Amis aponte o mesmo problema, a rede Coelho Diniz, com nove unidades em Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, ainda não foi prejudicada pelo déficit de profissionais.

O proprietário da empresa, Ercílio Diniz Filho, diz que a situação está controlada especialmente porque a companhia é uma porta de entrada para pessoas em busca do primeiro emprego.

Entretanto, o empresário também opta por recrutamentos internos para preencher as vagas com maior demanda técnica, como de auxiliar de compras e encarregado de depósitos. Atualmente, a Coelho Diniz mantém 1.500 funcionários e a estimativa é que 200 vagas extras sejam geradas até o Natal.


Veículo: Diário do Comércio - MG


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