Além da chamada linha branca de eletrodomésticos, medida se estende agora a móveis, laminados e luminárias.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou ontem a prorrogação por mais três meses da redução do Imposto sobro Produtos Industrializados (IPI) sobre os eletrodomésticos da chamada linha branca (geladeiras, lavadoras de roupa, tanquinhos e fogões). A medida passa também a valer para móveis, laminados e luminárias, e o objetivo do governo é estimular a economia.
Com isso, a União deixará de arrecadar R$ 489 milhões, disse o ministro ao anunciar as medidas em reunião com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).
As desonerações anunciadas já estão em vigor e valem até o fim de junho. A contrapartida das indústrias, ressaltou Mantega, é o compromisso de manutenção dos empregos. "Esperamos até que o número de empregos seja aumentado para atender à demanda, que deve crescer", afirmou.
Anunciada em dezembro de 2011, a redução do imposto sobre eletroeletrônicos da linha branca valeria apenas até o final deste mês. Nos últimos três meses, sob o impulso do benefício fiscal, as vendas desses produtos mostraram aumento da ordem de 20% em relação a igual período do ano passado, segundo levantamentos de representantes do varejo.
Ampliação - Além da prorrogação do benefício, Mantega anunciou também que serão reduzidas as alíquotas do IPI incidentes sobre toda a linha de móveis (de 5% para zero), para o papel de parede (de 20% para 10%), laminados (de 15% para zero) e de luminárias (de 15% para 5%).
As medidas fazem parte da estratégia do governo de tentar estimular a indústria e reanimar a economia neste início de ano. Na semana passada, a presidente Dilma Rousseff e o ministro Mantega se reuniram em Brasília com 28 grupos empresariais e prometeram mais estímulo para o setor industrial.
Ontem, ao chegar à sede da Fiesp, o ministro afirmou que as desonerações tributárias serão importantes para dar continuidade ao processo de expansão da economia neste ano. "O país deverá estar crescendo ao redor de 5% no segundo semestre", afirmou o ministro.
O ministro lembrou que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 2,7% no ano passado, mas concluiu que com vários estímulos oficiais, especialmente a queda de juros pelo Banco Central e desonerações fiscais, será possível fazer com que a economia do país avance 4% em 2012.
Mantega explicou que o setor de materiais de construção civil, que também reivindicava estímulos, não foi contemplado com medidas semelhantes pois já é beneficiado por regime de isenção fiscal há mais de dois anos.
O ministro fez questão de ressaltar que o governo está preparando outras medidas para estimular a economia e citou como exemplo a desoneração da folha de pagamento para vários segmentos da área industrial. Contudo, ele não deu mais detalhes sobre que tipo de ações o governo está estudando.
Veículo: Diário do Comércio - MG