Empresa, que acaba de adquirir a californiana Bolthouse por US$ 1,5 bilhão, está de olho no movimento de mercados como o brasileiro
A Campbell Soup, dona da famosa sopa eternizada por Andy Warhol, anunciou a compra das Fazendas Bolthouse, detidas pelo fundo de private equity Madison Dearborn Partners. O valor desembolsado com a aquisição é de US$ 1,55 bilhão.
No Brasil, a Campbell chegou em 1979 em uma operação mal sucedida. Depois de dois anos de parceria com a Unilever (à época Gessy Lever), a empresa deixou o mercado brasileiro por causa das baixas vendas e só retornou às gôndolas no ano passado. De lá para cá, tem buscado se firmar por aqui. Entrou inclusive na briga pela compra da Etti, arrematada pela Bunge por R$ 180 milhões.
Foco no Brasil
No ano passado, após assumir a presidência da Campbell, Denise Morrison reforçou a necessidade de investir no crescimento em mercados emergentes, especialmente no Brasil. Por aqui, não existem concorrentes diretos à sopa enlatada. Um versão similar é vendida pelo Casino no Pão de Açúcar, em caixas tetra pak.
O retorno da Campbell ao Brasil aconteceu em um bom momento. Dados da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia) mostram que o faturamento com produtos derivados de frutas e vegetais saltou de R$ 14,8 bilhões em 2008 para R$ 17,7 bilhões em 2011.
Alimentação saudável
A compra da Bolthouse deverá complementar as operações de bebidas saudáveis da Campbell, mercado que gera cerca de US$ 1,2 bilhão em vendas anuais à companhia. Outro setor em que a Bolthouse tem forte atuação é no segmento de cenouras frescas. Com isso, a compra também é um importante passo da Campbell na expansão de seus negócios no setor de alimentos congelados, avaliado em aproximadamente US$ 12 bilhões e com forte potencial de crescimento.
Em comunicado, Denise Morrison afirmou que “a forte posição da Bolthouse no crescente segmento de alimentos embalados frescos complementa nosso negócio de sopa gelada na América do Norte, e oferece excelentes oportunidades de expansão em segmentos similares que tem forte demanda”.
As duas empresas serão operadas de forma independente. Jeff Dunn, presidente da Bolthouse, permanece nas operações. “Estamos entusiasmados com o alinhamento entre nossas visões estratégicas e as oportunidades de crescimento acelerado para ambas”, disse o executivo
Veículo: Brasil Econômico