A alemã Henkel, fabricante alemã da colas Loctite Super Bonder e Pritt, reportou um lucro superior às expectativas de analistas no segundo trimestre devido ao crescimento da demanda em mercados emergentes, que superou o esfriamento das vendas na Europa Ocidental.
O lucro líquido ajustado antes de juros e impostos subiu para € 609 milhões, ante € 514 milhões um ano antes. O resultado superou a estimativa média de € 592,2 milhões de 11 analistas ouvidos pela Bloomberg.
As empresas alemãs estão se beneficiando do crescimento em mercados emergentes num momento em que a crise da dívida soberana está freando a demanda na zona do euro, onde a confiança econômica está no menor patamar em três anos. A Henkel pretende aumentar para 45% a proporção da receita obtida nos mercados em desenvolvimento, em comparação com os atuais 43%.
"Outras regiões podem compensar parcialmente o esfriamento europeu", disse Andreas Riemann, analista do Commerzbank AG, em Frankfurt. "É um resultado negativo, mas nós o esperávamos".
As vendas da companhia subiram 6,4%, para € 4,21 bilhões, impulsionadas por um aumento de 9,3% registrado na Europa Oriental, no Oriente Médio, na África, América Latina e Ásia. Em termos "orgânicos" - que excluem efeitos de aquisições, alienações ou alterações cambiais, a receita cresceu 4%, impulsionada por um salto de 8,1% nos mercados emergentes.
As vendas orgânicas cresceram 4,5% na região Ásia-Pacífico e 3,8% na América do Norte. Nessa base, a receita caiu 0,1% na Europa Ocidental, única região a registrar um declínio.
"Acreditamos que o ambiente extremamente volátil e incerto em nossos mercados persistirá", disse o executivo-chefe da companhia, Kasper Rorsted, em comunicado. "Os efeitos da dívida e das crises financeiras em vários países continuarão a ser um problema."
A empresa não espera uma recuperação da Europa Ocidental no segundo semestre, disse Rorsted em entrevista à Bloomberg Television. O CEO disse não estar preocupado com a desaceleração do crescimento econômico na China.
No segundo trimestre, o lucro líquido da companhia deu um salto de 9,6%, para € 401 milhões. O montante superou a média de € 388,6 milhões de cinco estimativas de analistas. O Ebit (lucro antes de juros e impostos) ajustado como proporção das vendas subiu de 13% para 14,5%. O endividamento líquido caiu para € 1,27 bilhão em 30 de junho, em relação a€ 1,96 bilhão doze meses antes.
A divisão de adesivos cresceu 3,6%, em base orgânica, para € 2,1 bilhões, puxada pelo crescimento em mercados emergentes. As vendas orgânicas cresceram 5,1% na operação de lavanderia e produtos de limpeza doméstica e 2,8% nos setores de cosméticos e higiene pessoal.
A empresa agora espera que um aumento de 15% em seu lucro líquido por ação preferencial. As ações da Henkel valorizaram 33% neste ano, o melhor desempenho (entre as companhias) no índice de referência DAX alemão, mais do que os avanços de 7,6% da Unilever e de 22%, da Beiersdorf (dona da marca Nivea).
Veículo: Valor Econômico