Fabricantes de eletrodomésticos confiam na prorrogação do benefício fiscal para linha branca.
Os fabricantes de geladeiras, fogões e outros eletrodomésticos estão confiantes na renovação do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) reduzido para os produtos da chamada linha branca. Depois de uma longa reunião ontem com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, representantes do setor mostraram-se confiantes na possibilidade do governo anunciar na sexta-feira a extensão do benefício.
O presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, que também participou do encontro, disse que a renovação do benefício é importante para a manutenção dos empregos e das vendas. O setor defende a extensão do benefício até o fim do ano.
Kiçula pediu ainda a diminuição permanente para alguns produtos da linha branca para padronizar as alíquotas. "Para as lavadoras automáticas, que pagam 20% de IPI, pedimos 10%. Para as lavadoras semiautomáticas, que pagam 10%, pedimos alíquota de 0 a 4%", alegou. Ele disse ainda que a indústria repassou totalmente a queda de imposto para os lojistas durante a vigência da desoneração.
Empresários dos setores de material de construção, móveis e varejo foram mais cautelosos. O presidente da Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção (Anamaco), Claudio Conz, disse que Mantega recebeu um balanço de todas as entidades e avisou que irá fazer uma análise dos dados antes de tomar uma decisão.
Nesse segmento de material de construção, o problema, no curto prazo, é de financiamento, já que a redução de IPI tem validade até 31 de dezembro. Conz informou que o setor também pediu ao governo a inclusão de mais 50 itens na lista de produtos desonerados, mas o ministro ainda não decidiu sobre essa ampliação.
Já o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat), Walter Cover, pediu a prorrogação para materiais de construção por mais um ano. "Já estamos no terceiro ano de desoneração. A ampliação em mais um ano seria importante para manter o desempenho das vendas de materiais de construção", declarou.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário (Abimóvel), José Luiz Diaz Fernandez, pediu a prorrogação da redução do IPI até o final do ano. Para móveis, o benefício vale até 30 de setembro. Segundo ele, o setor tem apresentado crescimento nas vendas e a medida funcionou durante a sazonalidade e ajudou a manter o faturamento.
Fernandez disse que o setor tem aumentado o número de empregos. Segundo ele, foram abertas entre 4.000 e 4.500 novas vagas neste ano até julho. "Nós mostramos que o mercado é sensível às melhorias que são feitas", afirmou.
Positiva - Apesar de não dar uma definição aos empresários sobre a prorrogação da redução do IPI, o ministro Mantega fez uma avaliação positiva dos resultados do programa de estímulo tributário ao aumento do consumo e do crescimento econômico.
Segundo apurou a reportagem, Mantega manifestou mais tranqüilidade em relação aos números apresentados que mostraram que houve repasse ao consumidor da redução do IPI para os produtos da linha branca. Essa era uma preocupação do ministro e ele mostrou mais tranqüilidade.
Na reunião, que durou mais de duas horas, o ministro fez também uma avaliação do quadro econômico em geral prevendo uma recuperação gradual da economia. Segundo ele disse aos empresários, a economia brasileira vai crescer entre 4% e 4,5% no ano que vem. Já no final deste ano, a economia estará rodando entre 3% e 4%, refletindo as medidas adotadas pelo governo e os efeitos da queda dos juros.
Uma das preocupações agora do ministro em relação à renovação do IPI é com a efetividade de uma prorrogação para ajudar o crescimento. Os empresários disseram em vários momentos que será bom para a economia. (AE)
Veículo: Diário do Comércio - MG