Até julho, varejo cresceu 6,99%, o que deve garantir expansão superior aos 8% previstos inicialmente.
Enquanto a indústria mineira se esforça para tentar amenizar os prejuízos acumulados ao longo deste exercício, o comércio da Capital cogita rever para cima a meta de crescimento em 2012. Conforme a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), o objetivo era fechar o ano com expansão de 8% no volume de vendas. No entanto, dado divulgado ontem pela entidade mostra que o setor avançou, entre janeiro e julho, 6,99%, frente a idêntico intervalo de 2011.
O presidente da CDL-BH, Bruno Falci, explica que após a apuração dos dados referentes a agosto será possível dizer com maior assertividade se o faturamento vai mesmo superar as expectativas projetadas. Isso porque, embora as decisões recentes anunciadas pelo governo federal beneficiem o setor, ele ressalta que o Executivo pode, daqui para frente, mudar de posicionamento, a fim de manter a inflação próxima da meta. "De um lado, temos a redução das tarifas de energia, que favorece o consumo ao diminuir uma despesa essencial. Do outro, os sucessivos cortes nas taxas de juros podem ter chegado ao fim", pondera.
Além disso, ele emenda que, apesar de a segunda metade do ano constituir um período mais favorável ao comércio, devido, entre outros fatores, ao recebimento do 13º salário, à aproximação do Natal e dos dissídios coletivos, a base de comparação também é mais forte no intervalo entre julho e dezembro. " preciso ter cautela e fazer projeções realistas para evitar prejuízos e a frustração dos empresários", frisa Falci.
Veículos - Por isso, por enquanto ele se limita a comemorar o resultado do sétimo mês do ano, cuja variação positiva, em relação a idêntico período de 2011, foi de 5,04%, sexta alta consecutiva neste tipo de confronto. No período, o grupo que engloba veículos novos e usados (7,05%) impulsionou a alta, reflexo do corte na alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que tem levado os clientes a lotarem as concessionárias. Destacaram-se também as papelarias e livrarias (5,31%) e ferragens, material elétrico e de construção (5,03%).
Outro fator que evidencia o fortalecimento do comércio é o crescimento de 1,86% de julho frente a junho, mês bastante lucrativo para o varejo, devido ao Dia dos Namorados. Falci frisa que o aumento está relacionado às férias escolares, época na qual os centros de compra recebem maior fluxo de pessoas. Além disso, as lojas começam a liquidar, no período, as peças de inverno, fisgando a clientela por meio de generosos descontos.
No sétimo mês do ano, os setores que impulsionaram as vendas do varejo foram as papelarias e livrarias (4,62%); ferragens, material elétrico e de construção (3,97%); veículos novos e usados (2,88%); máquinas, eletrônicos, móveis e equipamentos (2,88%) e artigos diversos (0,66%).
Considerando o acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 5,31%. Obtiveram melhor desempenho no período tecidos, vestuário, armarinho e calçados (7,58%); produtos farmacêuticos, odontológicos e veterinários (6,84%); e máquinas, eletrodomésticos, móveis e louças (3,49%).
Veículo: Diário do Comércio - MG