A oportunidade de agregar valor à produção e de gerar mais lucro aos cooperados incentivaram os representantes da Cooperativa dos Agricultores, Pecuaristas e Cafeicultores de Minas Gerais (Copacafé) a investir na aquisição de uma unidade fabril voltada para a produção de leite em pó. O processo de compra da unidade e a reestruturação da produção demandaram investimentos da ordem de R$ 25 milhões.
De acordo com o diretor comercial da Copacafé, Flávio Soares da Cunha Castello Branco, a cooperativa ingressou no mercado lácteo há dois anos, porém vendia o leite in natura para que as indústrias fizessem o processamento. Com o passar do tempo, foi feita avaliação do mercado, que se mostrou promissor.
"Os preços do leite in natura são muito instáveis e isso compromete a rentabilidade, assim, optamos pela aquisição da unidade industrial e na fabricação própria de leite em pó. A ideia é ampliar a produção até a capacidade máxima da unidade e, após esssa primeira etapa, investir na fabricação de leite longa vida e leite condensado", diz.
A unidade denominada Copacafé-Leite está localizada em Manhuaçu, na Zona da Mata mineira. A capacidade produtiva total é de processar 500 mil litros de leite ao dia. Atualmente a unidade opera com cerca de 150 mil litros de leite/dia. A Copacafé possui em torno de 4 mil cooperados, desse total, 1,4 mil são pecuaristas de leite e fornecem o insumo para a agroindústria. A fábrica também prestará serviço para cooperativas interessadas em industrializar o leite.
Fundamental - "A unidade da Copacafé já foi utilizada pela Parmalat e estava desativada há alguns anos. Além de agregar valor à nossa produção, a retomada da indústria é fundamental para o desenvolvimento da região. Percebemos que os pecuaristas estão mais otimistas e a tendência é aumentar nossa captação ao longo dos próximos meses", avalia Castello Branco.
A expectativa do representante da cooperativa é continuar os investimentos no próximo ano. Um dos principais focos será na produção de leite longa vida e leite condensado, produtos de maior valor agregado.
Em 2011 foram investidos em torno de R$ 5 milhões na melhoria das estruturas físicas e de logística da entidade. Além disso, foram comprados caminhões que hoje são utilizados na coleta e transporte do leite. "Nossas expectativas em relação ao mercado do leite são positivas e se tudo seguir como planejado, no próximo ano poderemos investir na ampliação da frota", ressalta.
Com a reativação da unidade em Manhuaçu foram gerados 30 empregos diretos. A frota própria, composta por 15 caminhões, é responsável pela captação do leite nas fazendas. Outras três carretas rodoviárias são usadas para o transporte entre o posto de resfriamento e a fábrica.
A produção atual é basicamente destinada ao mercado mineiro e ao nordestino. Segundo o diretor comercial, a demanda pelo produto está superior à capacidade de produção atual. "Já recebemos pedidos de vários estados, porém nossa produção ainda não é suficiente para garantir o abastecimento. Estamos incentivando o desenvolvimento da pecuária leiteira no entorno da fábrica para ampliar o volume produtivo e expandir as vendas", ressalta.
Café - Em relação ao café, carro-chefe dos negócios da cooperativa, a crise financeira global está prejudicando o desempenho da cotação do grão. Segundo Castello Branco, outro problema foi que as chuvas registradas ao longo da colheita afetaram a qualidade do café e derrubaram os preços para baixo.
"A expectativa é que 2013 seja melhor para a cultura, já que será um período de safra baixa, o que deverá limitar a oferta e contribuir para a retomada dos preços", avalia.
Veículo: Diário do Comércio - MG