Instabilidade no abastecimento no Estado faz comerciantes e pessoas físicas buscarem alternativas para não ficar sem luz
As interrupções no fornecimento de energia nas últimas semanas, em razão de temporais e picos de consumo, provocaram um movimento por geradores elétricos no Estado. Com instabilidade no abastecimento, comerciantes e pessoas físicas decidiram não esperar por medidas que prometem elevar a confiabilidade do sistema e se precaver de ficar às escuras.
Desde novembro, quando um temporal deixou milhares de consumidores gaúchos sem luz, a Stemac, uma das principais fabricantes de geradores elétricos no Estado, começou a perceber procura maior por seus produtos. Houve alta de 4% das vendas, especialmente para condomínios, minimercados e consultórios.
– Muitos clientes que estavam em fase adiantada de negociação decidiram pela compra diante dos cortes frequentes de energia e relativa sensação de insegurança – conta o presidente da Stemac, Jorge Luiz Buneder.
Em dezembro, quando a temperatura se aproximou dos 40ºC na Capital, a Leroy Merlin chegou a vender em apenas um dia 20 geradores elétricos – volume médio de dois meses.
Preocupado com a situação do abastecimento no país, próximo do limite de capacidade, o engenheiro civil José Carlos Silveira teve concluída ontem a instalação de um gerador elétrico em sua moradia, em Gramado.
– Tomei uma medida preventiva, caso a situação se agrave – explica o engenheiro, que investiu R$ 35 mil no equipamento de 20 quilovoltampere (kVA) de potência.
Cansado de torcer para que temporais não derrubassem o fornecimento de energia em sua propriedade, o agricultor Ilton Balzan também decidiu se proteger. Dono de uma agropecuária no interior do município de Jari, na Campanha, Balzan ficou dois dias sem luz no período da colheita de soja.
– Algumas horas sem energia podem comprometer a safra, já que não podemos fazer a secagem e o carregamento dos grãos – conta Ilton, que, com um gerador de 120 kVA e investimento de R$ 65 mil, irá garantir o abastecimento no armazém e no lar.
Por se tratar de alternativa com alto custo, a opção encontrada por alguns comerciantes é alugar geradores apenas nos períodos de falta de luz para manter os serviços.
– As grandes lojas já tem geradores. As pequenas e médias acabam optando por alugar, por ser mais barato e não exigir o custo da manutenção do equipamento – explica Leonardo Schreiner, vice-presidente da Federação do Comércio de Bens e Serviços.
A Stemac e a Leroy Merlin alertam que, para compra de geradores elétricos, para uso residencial ou comercial, é necessário a visita de um técnico especializado que avalie as condições do ambiente físico e da potência necessária para atender à demanda.
Veículo: Zero Hora - RS