A alta do preço do pão está fazendo com que muitos alagoanos deixem de consumir o produto. A constatação é de Alfredo Dacal, presidente da Associação dos Panificadores do Estado de Alagoas. Ele diz que a elevação do preço da farinha, aliada a outros fatores, está fazendo com que os empresários do setor comecem a diversificar os seus negócios. Investir em lojas de conveniência é uma das saídas para os comerciantes tocarem os seus estabelecimentos.
“Há mais ou menos um ano, uma série de fatores fez o preço final do pão subir. Entre eles, a alta do trigo e a crise energética que fez com que o preço do petróleo se elevasse. Com todo esse problema do aquecimento global, houve uma quebra da safra, o que elevou o preço do trigo. Todos esses fatores juntos contribuíram para que o preço final do pão aumentasse. Com isso, com o pão mais caro, as pessoas estão deixando de comprar. Por isso, estamos vendo novas possibilidades para que os estabelecimentos possam continuar faturando”, disse Dacal.
A idéia é que as panificações possam oferecer aos clientes uma variedade maior de produtos, que não apenas pão e leite. Como mais oferta, os consumidores ajudarão aos estabelecimentos a faturar mais, diversificando a sua área de atuação. Dacal informou que a Associação já entrou em contato com o Sebrae para que os empresários recebam orientação de como investir em novos segmentos.
Além de todos esses fatores, as panificações enfrentam a concorrência de supermercados, lojas de conveniência e padarias informais. Dacal explica que muitos estabelecimentos conseguem vender o pãozinho mais barato, pois têm o apelo de outros produtos, que acabam sendo comprados por impulso pelos consumidores. Em relação às panificações informais, o presidente da Associação disse que, por elas não pagarem impostos nem encargos trabalhistas, o faturamento é maior do que o registrado naquela padarias que trabalham dentro da legalidade.
“Hoje, os supermercados são os nossos grandes concorrentes. Estamos percebendo que até os postos de gasolina possuem lojas que vendem pão. Daí, temos que nos modernizar, ver qual é o público e investir. O consumo de pão baixou muito e temos que reverter isso”, colocou Dacal, acrescentando que o preço médio do quilo do pão em Alagoas é R$ 5,50.
Tributação alta e preço da farinha
Outros motivos para o preço elevado do pão é a carga tributária e o preço da saca da farinha. Alfredo Dacal disse que a tributação no Nordeste chega a 33% em cima do produto, enquanto no Centro-Sul do país não chega a 7%. O valor da farinha, há cerca de 10 anos, era de 17 reais. Há um ano, o preço subiu cerca de 100% e o consumidor teve um acréscimo de 50% no preço final do pãozinho.
“É importante que o Brasil possa ter uma produção mais intensificada de trigo. Hoje, temos 50% do que precisamos. Nunca houve muito interesse do governo em incentivar a produção, mas agora as coisas estão mudando. Não temos previsão de aumento do pãozinho, pois a situação está se estabilizado”, finalizou Dacal.
Veículo: Alagoas em Tempo Real