Acuada pela falta de competitividade em relação aos importados, a Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit) procurou ontem o governo para pedir um regime específico de tributação para roupas e confecções.
O presidente da entidade, Aguinaldo Diniz Filho, se reuniu com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para pedir "urgência", com adoção do regime ainda no primeiro trimestre deste ano. Apesar de beneficiado pela desoneração da folha de pagamento, o setor demitiu no ano passado e continua perdendo mercado.
Segundo o empresário, haverá um novo encontro entre representantes do setor com representantes dos Ministérios da Fazenda e do Desenvolvimento nos próximos dias para debater mais profundamente como reduzir impostos sobre confecções. As negociações seguem sob sigilo, uma vez que nem a Abit, nem o Ministério do Desenvolvimento informaram o teor do eventual regime tributário diferenciado.
Desempenho. Para convencer o governo sobre a importância da medida, o presidente da Abit apresentou o desempenho do setor no ano passado. Apesar de um crescimento de 4,5% nas vendas de roupas e confecções no varejo, houve uma queda na produção nacional da ordem de 10,3%. Ao mesmo tempo, a importação desses produtos subiu 4%, sugerindo que o aumento do consumo foi praticamente todo absorvido por roupas produzidas fora do País. Esse cenário não impediu, segundo Diniz Filho, que a indústria investisse US$ 2,2 bilhões, em 2012.
"O setor têxtil não é contra a importação, mas quer competir com alguma igualdade", afirmou o executivo ao final do encontro com Pimentel. "O setor sofre de tributação excessiva, e se não fizermos alguma coisa forte para as confecções, teremos uma situação muito difícil." De acordo com o presidente da Abit, houve alguma melhora nas vendas de janeiro e ele espera que o faturamento mostre reação ao longo de 2013.
Mas uma ação "rápida" do governo seria necessária para evitar novas quedas de produção neste ano, de acordo com Diniz Filho. Além de um regime especial de impostos para roupas e confecções, o setor têxtil também pede a adoção de salvaguardas, que ainda estão sob estudo da equipe técnica do Ministério do Desenvolvimento.
Veículo: O Estado de S.Paulo