Publicidade de supermercados e redes some de jornais argentinos

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Associação Internacional de Radiodifusão diz que restrição a anúncios é ‘duplo atentado’

   
Embora o governo Kirchner negue ter proibido que redes de supermercados e cadeias de lojas de eletrodomésticos anunciem em jornais e canais de TV, nos últimos dias as publicidades de ambos os setores sumiram dos meios de comunicação locais. Em pleno feriado de carnaval, os principais diários argentinos não publicaram sequer um anúncio de empresas que fizeram num “acordo” informal orquestrado pelo secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno.

A questão é considerada “um duplo atentado” às liberdades civis pela Associação Internacional de Radiodifusão (AIR). Em nota oficial, a AIR assegurou ontem que o novo golpe de Moreno aos meios de comunicação afeta dois direitos fundamentais: “proíbe a comunicação ao público de informação útil e necessária para adotar decisões e interfere no funcionamento dos meios de comunicação, restringindo arbitrariamente os recursos da publicidade que permitem sua sustentação”.

Jornais estudam recorrer à Justiça

Os jornais argentinos estão avaliando o impacto da ofensiva de Moreno e a apresentação de uma eventual denúncia judicial. Segundo o presidente da Associação de Empresas Jornalísticas da Argentina (Adepa), Carlos Jornet, “o impacto será grande, sobretudo no caso de meios de comunicação pequenos, do interior do país, que têm menos capacidade de suportar este tipo de ataques”:

— O maior risco que vemos agora é o da autocensura, que já está acontecendo.

Segundo ele, “o medo às constantes retaliações do governo é cada vez maior”.

Os anúncios de supermercados e redes de eletrodomésticos representam entre 20% e 50% da verba publicitária dos jornais argentinos.

— A Casa Rosada garante não pretender controlar o conteúdo da mídia, mas tudo o que faz demonstra o contrário — enfatizou Jornet.

Enquanto adota medidas para limitar o financiamento privado de meios de comunicação considerados inimigos do governo, a Casa Rosada prioriza veículos alinhados com o governo na distribuição dos milionários recursos da publicidade oficial.

— Nunca antes, desde 1983, quando o país recuperou sua democracia, havíamos sofrido um processo tão profundo de restrição de nossas liberdades — lamentou a deputada opositora Margarita Stolbizer.



Veículo: O Globo - RJ


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