Mabe pede recuperação judicial

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A fabricante de eletrodomésticos Mabe Brasil, pertencente ao grupo mexicano de mesmo nome, informou na sexta-feira que entrou com pedido de recuperação judicial em Hortolândia (SP). Como parte desse processo, a companhia fechou sua fábrica de Itu (SP). Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos de Campinas e Região, foram demitidas 1,2 mil pessoas com o encerramento das atividades da unidade.

A companhia, que produz fogões, máquinas de lavar e outros itens de linha branca das marcas GE, Dako e Continental, também tem fábricas em Hortolândia e Campinas. Nesta, de acordo com o sindicato, foram demitidos 92 funcionários da área administrativa.

No Brasil, a Mabe detém cerca de 20% do mercado de linha branca, que é liderado pela multinacional americana Whirlpool, dona da marca Brastemp, com 40%. Em segundo lugar está a sueca Electrolux, que detém 30%.

Em comunicado divulgado na sexta-feira, a Mabe informou que a operação no Brasil tem "problemas relacionados à sua liquidez e condições próprias do mercado brasileiro, que afetam a viabilidade econômica da companhia". E acrescentou que o processo de recuperação judicial busca sanear, estabilizar e dar continuidade à operação. "Vamos reestruturar a operação e cumprir com os compromissos adquiridos com consumidores, clientes, fornecedores, empregados e autoridades", informou a nota.

O Brasil representa 25% do faturamento mundial da fabricante, de US$ 4 bilhões em 2012, e é o maior mercado, à frente do México. Em entrevista ao Valor em março, a empresa anunciou investimento de R$ 5 milhões em uma nova linha de eletrodomésticos premium - a Continental One.

As unidades da companhia em Campinas e Hortolândia têm juntas 2,6 mil trabalhadores, que entraram em férias coletivas em 20 de abril e deveriam ter voltado ao trabalho na semana passada, no dia 2. "Mas as fábricas não retomaram as atividades alegando falta de matéria-prima", disse Claudio Rabelo Oliveira, do sindicato dos metalúrgicos de Campinas e que também é funcionário da Mabe.

Lourival Kiçula, diretor-executivo da Eletros, associação das indústrias de eletroeletrônicos, disse a decisão da Mabe foi "uma grande surpresa". "Não temos detalhes, só fomos informados que o pedido que recuperação foi aceito", afirmou na sexta-feira.

Segundo dados da Eletros, o setor de linha branca encerrou o ano passado com crescimento entre 16% e 20% em volume, em comparação com 2011. Foram comercializados 7,3 milhões de geladeiras, 5 milhões de máquinas de lavar e 6,6 milhões de fogões.



Veículo: Valor Econômico


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