Nestlé anuncia mais investimentos na China

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A Nestlé, maior fabricante mundial de alimentos, deve anunciar hoje, quinta-feira, investimentos em duas novas fábricas na China, dando seguimento ao aumento de sua capacidade de produção global, apesar da fragilidade da economia mundial. Nesta semana, a empresa já informou também operações no Vietnã, na Malásia e na Coreia do Sul.

 

A China já tornou-se o segundo maior mercado da multinacional suíça, superando a França e o Brasil e só atrás dos Estados Unidos, depois de aquisições e parcerias locais. E com a expansão de capacidade que vem anunciando e continua a divulgar hoje, a Nestlé vai acelerar a fatia do mercado chinês no faturamento global do grupo.

 

Este ano, a Nestlé já anunciou investimentos de 1,139 bilhão de francos suíços (US$ 1,176 bilhão) em novas fábricas, ampliação ou renovação de antigas, sem contar três operações que não tiveram os valores revelados.

 

Até agora, 75% dos investimentos foram feitos no aumento de capacidade de produção de Nescafé, um de seus negócios mais lucrativos, em países como a Suíça, Espanha, Alemanha, Vietnã e hoje na China.

 

Indagada sobre esse ritmo de expansão da estrutura produtiva, uma porta-voz da Nestlé disse ao Valor que, apesar dos desafios econômicos, a companhia está convencida de que o crescimento é possível e continua investindo em diferentes mercados, inovação, tecnologia moderna e em empregados qualificados.

 

A companhia não publica a soma de investimentos previstos para este ano. O valor investido em equipamentos e instalações (capex) no ano passado alcançou 5,4 bilhões de francos (US$ 5,577 bilhões). O grupo tinha mais de 460 fábricas em 2012.

 

Embora investimentos recentes tenham sido realizados na Europa - na Alemanha e na Suíça, por exemplo - sempre na área do café, a expansão de capacidade vem ocorrendo sobretudo nos países emergentes. Estes mercados emergentes representaram 43% das receitas globais do grupo em 2012 e deverão representar 50% antes da meta de 2020 fixada pelo principal-executivo (CEO), Paul Bulcke.

 

Na terça-feira desta semana, o grupo inaugurou uma nova fábrica de Nescafé no Vietnã, um dos principais produtores de café depois do Brasil. A operação custou 230 milhões de francos suíços (US$ 238 milhões). Segundo a companhia, o aumento de produção vai acompanhar a demanda crescente da região pelo café solúvel.

 

A Nestlé informou que treinou mais de 19,6 mil fazendeiros de café no Vietnã em 2012, como parte de um projeto para o Nescafé e que planeja treinar mais produtores neste ano. A empresa compra 250 mil toneladas de café por ano no Vietnã. E na mesma terça-feira também foi inaugurada a expansão da sua fábrica de leite em San Francisco de Macorís, na República Dominicana. O investimento foi US$ 13,4 milhões.

 

Na segunda-feira, a Nestlé já havia dito que estava investindo US$ 47 milhões na Malásia para atender à demanda doméstica crescente por bebidas prontas para beber, como Nescafé. A previsão é que a nova fábrica, que ficará na cidade de Shah Alam, esteja em operação total em 2014, quando deve estar empregando cerca de 160 pessoas. Além do Nescafé, a empresa vai aumentar a produção do leite Milo no mercado malaio.

 

A Nestlé também inaugurou ontem uma fábrica de garrafas de água na Coreia do Sul. O empreendimento custou US$ 53 milhões.

 

Hoje, quinta-feira, o anúncio de investimento na construção de usina de café na província de Shandong, na China, significará dobrar a capacidade de produção de Nespresso nesse segmento no mercado chinês. Projetos nesse segmento, em outros países, exigiram algo entre 200 e 300 milhões de francos suíços por fábrica.

 

O crescimento da demanda por café na China está levando companhias que comercializam o produto a expandir as atividades nesse segmento na segunda maior economia do mundo.

 

Este ano, a Nestlé já anunciou projeto de US$ 16 milhões na criação de um "Nescafé Coffee Centre" na cidade de Pu'er, na Província de Yunnan, onde estão situadas 90% das lavouras chinesas de café. Será o maior centro do gênero do país.

 

Na China, a demanda por café alcançou 120 mil toneladas no ano passado - ou 6% do total consumido nos Estados Unidos - enquanto a de chá atingiu cerca de 1 milhão de toneladas. A produção chinesa de café somou cerca de 50 mil toneladas em 2012, a partir de 30 mil hectares plantados, área que praticamente inexistia há alguns anos. A expectativa do governo da região de Yunnan é que a colheita aumente para 200 mil toneladas até 2020. Em 2012, a Nestlé comprou 10,5 mil toneladas no país, ou mais de 20% de toda a produção chinesa de café.

 

O outro investimento que Nestlé revelará hoje na China é para uma fábrica de alimentos em parceria com Yiunlu Foods Group. Será a quarta fábrica com seu parceiro, aumentando em 25% a capacidade de produção.

 

A China é atualmente o quarto maior mercado para Nestlé, depois dos EUA, França e Brasil. A empresa faturou 5,1 bilhões de francos no ano passado naquele mercado, mas os negócios tendem a crescer rapidamente.

 

 

Veículo: Valor Econômico

 

 


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