Rótulo tem que alertar para que o produto não seja oferecido a crianças menores de 1 ano.
As novas regras para o mel estão em consulta pública desde julho deste ano
Rico em nutrientes, o mel encontrado no mercado só é seguro quando acompanhado pela certificação do Serviço de Inspeção Federal (SIF) ou da fiscalização estadual ou municipal. "Mel, leite, carne, pescado e ovos são exemplos de produtos de origem animal sujeitos a fiscalização e certificação oficial que validam as condições industriais, higiênicas e sanitárias, antes de serem disponibilizados ao consumidor", garante o secretário de Defesa Agropecuária (SDA) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Inácio Kroetz.
A preocupação com a saúde dos consumidores de mel levou a SDA a inserir no novo Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal (Riispoa) a determinação de constar, nos rótulos do mel, recomendação para que o produto não seja oferecido a crianças menores de um ano.
As novas regras estão em consulta pública desde julho e a decisão para o mel visa prevenir o botulismo intestinal infantil, doença desenvolvida devido à formação incipiente da flora do intestino de crianças nessa faixa etária. O problema é causado pela presença de esporos da bactéria Clostridium botulinum, que são comuns no meio ambiente e podem contaminar o mel por meio do ar, do néctar, do pólen e da própria abelha, não sendo eliminados durante o processamento. Em adultos que não apresentam problemas intestinais, a ingestão desses esporos no mel com a certificação oficial não acarreta problemas à saúde.
Qualidade - Há dois anos, o tema é discutido nas reuniões da Câmara Setorial do Mel. Um grupo temático, criado para estudar a relação entre o consumo de mel por bebês e o desenvolvimento do botulismo, constatou que não há registros de casos de botulismo intestinal infantil no país.
O presidente da Confederação Brasileira de Apicultura (CBA), José Cunha, que representa 350 mil apicultores do País, lembra que a qualidade do mel nacional é reconhecida, inclusive pela União Européia, um dos mercados mais exigentes do mundo.
"Estamos atuando junto ao Ministério da Agricultura, promovendo ações que incentivam as boas práticas de produção o que, conseqüentemente, garante ao consumidor o mel certificado", completou.
Veículo: Diário do Comércio - MG