Máquina de Vendas quer sócio antes de IPO

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A Máquina de Vendas contratou na segunda-feira o banco Bradesco BBI para buscar um fundo de investimento interessado em comprar parte da rede varejista, formada em 2010 com a união das redes Insinuante e Ricardo Eletro. A ideia é trazer um novo sócio para a companhia que coloque recursos no negócio, acelerando a expansão da rede, para que, num segundo momento, avance o plano de abertura de capital, apurou o Valor.

A ideia inicial da varejista era partir para uma oferta pública de ações em 2014, mas esse projeto não está mais na visão da empresa num prazo de tempo tão curto.

Dezesseis fundos nacionais e estrangeiros consultados pelo Bradesco BBI mostrarem interesse em avançar em conversas com a companhia. Ações das famílias controladoras da Insinuante e da Ricardo Eletro devem ser vendidas, reduzindo a participação dos sócios no negócio, mas a fatia a ser negociada ainda não estaria fechada. Acionistas membros da família Batista, fundadora da Insinuante, somam 53% das ações. Luis Carlos Batista, presidente do conselho de administração, tem parte desses papéis. Os outros 47% são da Ricardo Eletro, rede de Minas Gerais criada por Ricardo Nunes. Como Nunes é o maior acionista individual da Máquina de Vendas, é possível que o empresário se desfaça de uma parcela maior do negócio, a depender das propostas apresentadas, mas a questão está em aberto.

Nunes, que preside a Máquina de Vendas, confirma as negociações para a entrada de um novo investidor, mas ressalta que o processo de análise está no início. "Com um fundo, vamos acelerar a expansão e chegaremos mais rapidamente aos R$ 20 bilhões em vendas, para depois irmos para um IPO. Mas se não houver qualquer proposta interessante, cresceremos sozinhos, só vai demorar mais para chegarmos lá", disse Nunes.

Com a possível entrada de um novo acionista, a empresa espera dobrar de tamanho e atingir faturamento de R$ 20 bilhões em até cinco anos, prazo que permite que uma oferta de ações volte aos planos da rede, apurou o Valor. O atual mau momento do mercado - sem sinais claros de uma virada de humor dos investidores - atrapalha os planos de IPO, mas a companhia entende que um adiamento também pode levá-la a ganhar maior escala, e melhorar práticas de governança corporativa e níveis de profissionalização, antes de uma abertura de capital.

Nesse processo, a empresa ainda ganha mais tempo para finalizar a integração dos negócios adquiridos nos últimos anos. É mais interessante ir à mercado com maiores ganhos de sinergia entre as redes adquiridas. Segundo fontes do setor, a integração das empresas do grupo tem sido mais trabalhosa do que o esperado, principalmente na área de tecnologia. A Máquina de Vendas comprou redes - como Salfer, City Lar e Eletro Shopping - em diversas partes do país e formou operações regionais no Norte, Nordeste e Centro-Oeste.

Negócios de varejo de eletroeletrônicos não são tão bem vistos pelos investidores hoje, especialmente por se tratar de um setor com margens estreitas e lucros magros, reflexo da competição excessiva.

As primeiras conversas com o Bradesco BBI aconteceram há cerca de um mês e meio, quando Batista esteve em contato com alguns fundos de investimento, num evento da instituição. O banco sugeriu para a Máquina de Vendas buscar um sócio antes do IPO, e nesta semana, a varejista deu sinal verde para iniciar esse processo.



veículo: Valor Econômico


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