As geadas previstas para esta semana ameaçam 43% da área plantada de trigo no Paraná e também podem afetar ainda mais a produtividade da cana-de-açúcar no Estado. O Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral/Seab) informou que a área de trigo exposta é de 400 mil hectares, de um total de 914 mil cultivados. As regiões mais suscetíveis são Norte, Oeste e Sudoeste.
Até a última semana, 26% da área de trigo estava em fase de floração e 14% em frutificação, etapas em que a planta fica muito suscetível a danos por geada, afirma o técnico do Deral, Hugo Godinho. "Se a temperatura ficar abaixo de 3 ou 4 graus Celsius, a parte reprodutiva da planta simplesmente morre", acrescenta.
A maior parte da área, em torno de 50%, encontrava-se até a semana passada em crescimento vegetativo, e 8% estava em germinação, fases em que a planta tem maior resistência a baixas temperaturas. Na última quinta-feira, dia 15, o Deral já havia reduzido a classificação geral da lavoura de trigo do Estado, devido à incidência de chuvas. As áreas consideradas "boas" passaram a 78% do total, ante 83% do começo do mês.
Já a cana-de-açúcar em São Paulo tende a ser menos prejudicada pelas geadas do que foi há dois anos, diz o diretor-técnico da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), Antonio de Padua Rodrigues. "Tudo vai depender da intensidade. De qualquer forma, o potencial de perda é menor, pois 40% da área já foi colhida", diz.
O mesmo não ocorre no Paraná, onde há duas semanas as usinas quase não conseguem colher cana devido à ocorrência de chuvas. "Há mais cana em fase vegetativa, portanto, mais riscos de a geada afetar ainda mais a produtividade", diz o presidente da entidade que representa as usinas (Alcopar), Miguel Tranin.
Veículo: Valor Econômico