Resultado positivo em junho, e no acumulado do 1º semestre, está atribuído à colheita do café no Estado .
Enquanto no país o saldo de criação de empregos teve o pior primeiro semestre dos últimos quatro anos, em Minas Gerais os resultados foram melhores, mas com baixa em todas as bases de comparação. Apesar disso, o Estado ainda se manteve na segunda posição do ranking das unidades da federação por desempenho, ficando atrás somente de São Paulo durante o mês de junho. No sexto mês o saldo na criação de vagas em Minas foi de 28.064 postos. Ao todo, 222.867 pessoas foram contratadas e 194.803 demitidas no período. Em relação a junho do ano passado, houve recuo de 27,07%.
No acumulado de 2013 até o sexto mês foram criados 129.357 postos de trabalho em todo o território mineiro. O superávit resultou da contratação de 1,323 milhão trabalhadores e a demissão de outros 1,193 milhão entre janeiro e junho deste exercício. Embora positivo, o saldo representa queda de 27,7% sobre a primeira metade do ano anterior, já que naquela época, a diferença entre admissões (1,321 milhão) e demissões (1,142 milhão) chegou a 179.074.
Já quando considerados os últimos 12 meses, o superávit foi de 88.057 vagas, o que equivale a retração de 46,5% sobre igual período anterior. Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) e foram divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
A agropecuária foi a atividade que garantiu o desempenho de Minas tanto no mês passado como no acumulado de 2013. Em junho, o setor foi responsável por 27.054 do saldo de 28.064 vagas. Ao todo, foram 43.879 admitidos e 16.825 demitidos. Já no acumulado deste exercício, a atividade representou 53.945 dos 129.357 empregos do superávit, por meio da contratação de 148.681 pessoas e demissão de outras 94.736.
Café - Conforme a analista de Agronegócio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Aline de Freitas, o resultado do mês está atribuído à colheita do café no Estado. "Mesmo no Triângulo, onde o terreno é mais plano, há demanda por trabalhadores nesta época do ano, voltados para a colheita do grão. Além disso, existe maior concentração de mão de obra no Sul e na Zona da Mata", diz.
Segundo ela, no mês de julho o cenário ainda deverá ser mantido. Mas já a partir de agosto, algumas demissões poderão ser mais evidentes, já que chega o fim do período da safra. Entretanto, a analista afirma que existe expectativa da absorção de parte da mão de obra no plantio de novos cafezais e até mesmo em outras frentes de trabalho da cadeia produtiva do setor.
"Por ser uma atividade bastante representativa em Minas Gerais, a agropecuária acaba gerando impactos para a geração de vagas no mercado de trabalho. E como a atividade tem sido crescente, os postos criados acompanham o ritmo. Além disso, é preciso considerar que, além da contratação que ocorre diretamente no campo, muitos profissionais são envolvidos também em outros estágios da cadeia produtiva", explica.
No que se refere à geração de empregos pela atividade ao longo do primeiro semestre, o superintendente de Política e Economia Agrícola da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), João Ricardo Albanez, lembra que a agropecuária é muito forte e diversificada no Estado, não somente pelo café, mas também por outras culturas.
"Temos diversidade muito grande na atividade agropecuária em Minas. Somos o principal produtor de leite, temos o segundo maior rebanho bovino, o primeiro de eqüinos. Somos o primeiro lugar como produtores de batata, líderes quando o assunto é reflorestamento, terceiro lugar na produção de etanol e segundo na de açúcar. Em todas as frentes possuímos algum tipo de destaque", ressalta.
Já para os próximos meses, Albanez alerta para a reversão do cenário, mas também se mostra otimista quanto a manutenção do emprego no setor. "Outras frentes poderão absorver", diz.
Veículo: Diario do Comércio - MG