Compradores e vendedores saíram do mercado, tornando os negócios mais lentos no período.
O mercado brasileiro de soja teve uma semana de poucos negócios e de queda nos preços nas principais praças de comercialização do país. Com a desvalorização das cotações futuras na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) e a queda do dólar comercial frente ao real, o mercado perdeu seus dois referenciais para a formação dos preços domésticos. Compradores e vendedores saíram do mercado, tornando a comercialização lenta.
A saca de 60 quilos recuou de R$ 70,00 no dia 11 de julho para R$ 68,50 na última quinta-feira, 18, em Passo Fundo (RS). No mesmo período, a cotação baixou de R$ 66,00 para R$ 64,50 em Cascavel (PR). Em Rondonópolis (MT), o preço retrocedeu de R$ 61,50 para R$ 59,00. O preço também diminuiu em Dourados (MS), passando de R$ 59,50 para R$ 58,00. Em Rio Verde (GO), a saca baixou de R$ 60,00 para R$ 58,00.
Um dos motivadores do recuo interno foi o comportamento de Chicago. Os contratos com vencimento em agosto recuaram de US$ 14,72 para US$ 14,69 por bushel. Após o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) ter elevado a sua previsão para a safra norte-americana em 2013, as condições climáticas melhoraram no Meio Oeste do país, encaminhando a consolidação desta tendência.
bom lembrar que as lavouras americanas entram agora na fase crítica para a definição do potencial produtivo e o clima passa a ser ainda mais importante para balizar as cotações internacionais. Por enquanto, não há registros negativos. Os institutos indicam chuvas e temperaturas amenas para o oeste do Meio Oeste dos Estados Unidos, região onde a estiagem já causava alguma preocupação.
O recuo em Chicago só não é mais intenso porque a disponibilidade de oleaginosa no mercado físico dos Estados Unidos ainda é muito pequena. Os estoques norte-americanos estão apertados. Por isso, cresce de importância a obtenção de uma safra cheia naquele país, ajudando na recomposição dos estoques mundiais.
Se a produção norte-americana se recuperar nesta temporada, será fechado o ciclo de boas safras nos principais países produtores, iniciado pela colheita de boas safras no Brasil e na Argentina, tendência confirmada com recentes divulgações de estimativas de produção na América do Sul.
A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta a safra brasileira de soja em 81,6 milhões de toneladas para a temporada 2012/13. A previsão faz parte do levantamento de maio da entidade e repete a projeção de abril. No ano comercial 2013/14, que iniciou em fevereiro e se estende até janeiro de 2014, a exportação está prevista em 39 milhões de toneladas, contra 31,905 milhões de 2012/13. O esmagamento deverá passar de 36,229 milhões para 37,2 milhões de toneladas.
A produção de soja da argentina deverá ficar em 49,4 milhões de toneladas em 2012/13. A projeção é do Ministério da Agricultura daquele país (Minagri, na sigla em espanhol), que divulgou o relatório de julho. Se confirmada, a produção será 23,2% superior a do ano passado. No relatório passado, a previsão era de 50,2 milhões. A área plantada está estimada em 20 milhões de hectares, contra 18,67 milhões da temporada passada, representando um aumento de 7,1%.
Veículo: Diário do Comércio - MG