A falta de infraestrutura adequada é o principal fator que vem causando perdas da competitividade do agronegócio brasileiro frente aos demais países produtores do mundo. Para os representantes de agronegócio do país, é fundamental encontrar políticas que solucione este gargalo. Na busca por soluções a Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) promoveu, em São Paulo, o 12º Congresso do Agronegócio, que teve como tema a "Logística e Infraestrutura - O caminho da Competitividade do Agronegócio".
De acordo com dados divulgados pela Abag, um dos pontos que merece atenção especial são os impactos econômicos causados pela da falta de infraestrutura no escoamento da safra.
Para se ter uma idea da dimensão do problema, a soja brasileira sai das fazendas do Centro-Oeste 10% mais competitiva do que a oleaginosa norte-americana, mas chega à China 10% mais cara devido aos altos custos de transportes no Brasil.
Segundo o presidente da Abag, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, no Brasil o custo para se levar um contêiner de grãos até o porto gira em torno de US$ 1.790, enquanto os demais países produtores transportam o mesmo contêiner por US$ 621, em média.
Outro destaque é a movimentação de um contêiner dentro do Porto de Santos que custa US$ 360, contra US$ 190 no Porto de Roterdã, na Holanda; US$ 270 em Hamburgo, na Alemanha, e US$ 197 em Cingapura.
Para as lideranças do agronegócio, é preciso que os investimentos em infraestrutura sejam ampliados, já que este é o principal gargalo para dar competitividade à produção nacional. Dentro das fazendas, o produtor brasileiro investe constantemente em formas de ampliar a produtividade e ganhar competitividade.
"Precisamos encontrar políticas que nos possibilitem a virada do cenário atual para termos melhores condições de competir com produtores dos Estados Unidos, Argentina e de outros países, com os quais disputamos o comércio internacional de commodities agrícolas", disse Corrêa Carvalho.
Na avaliação do presidente da associação, as deficiências devem se agravar ainda mais em função das perspectivas de aumento da produção e também da maior necessidade de alimentos e de energia projetada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Segundo a organização, o mundo irá necessitar de um aumento da ordem de 20% na produção de alimentos até 2020 para atender a demanda da população. E a maior parte dessa elevação na produção, cerca de 40%, deverá vir, segundo a OCDE, pela agricultura brasileira.
Para a expansão da agricultura no Brasil serão necessários investimentos nas estradas, ferrovias, estruturas para hidrovias e portos. Além disso, a atual estrutura de armazenamento do agronegócio brasileiro é deficitária.
Veículo: Diário do Comércio - MG