Fabricação de máquinas agrícolas e automóveis ajudou a produção gaúcha a avançar 4,7% no primeiro semestre deste ano
Depois do fraco desempenho no ano passado, a produção industrial gaúcha começa a demonstrar uma recuperação mais consistente com o avanço de 4,7% no primeiro semestre. O bom momento da agricultura e a manutenção do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), do governo federal, contribuíram para impulsionar a venda de máquinas agrícolas.
O segmento tem grande importância para a economia local, já que o Rio Grande do Sul fabrica cerca de 65% dos equipamentos vendidos no mercado brasileiro.
O mês de junho registrou a terceira alta consecutiva na produção industrial no Estado, com avanço de 3,9% em comparação com maio. Foi o segundo melhor resultado no país, acima da média nacional, que ficou em 1,9%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apresentados ontem.
– O bom resultado é uma resposta tardia aos incentivos dados pelo governo. As companhias demoram um certo tempo para assimilar os benefícios recebidos, como redução de tributos – avalia Martinho Lazzari, economista da Fundação de Economia e Estatística (FEE).
O setor automotivo também ajudou a acelerar o desempenho da indústria gaúcha. O aumento nas vendas desafogou os estoques – que estavam altos – e incentivou a retomada da produção de automóveis.
Os números do IBGE vão na mesma direção do indicador de atividade industrial calculado pela Federação das Indústrias do Estado (Fiergs), que mostrou alta de 1,6% em junho. A pesquisa da entidade é mais ampla porque leva em conta fatores como horas trabalhadas, compras de matérias-primas e utilização de capacidade instalada.
Avanço está disseminado na maioria das regiões
Apesar do desempenho um pouco mais tímido, a indústria do país também mostra sinais de fôlego. Dois Estados importantes para o setor nacional – São Paulo e Rio de Janeiro – reagiram em junho, após retração em maio. No Nordeste, Pernambuco e Bahia somaram quatro variações positivas consecutivas.
– O avanço é lento, mas parece ter vigor. A maioria dos locais pesquisados teve resultados positivos. Não é pouca coisa – diz Cristina Reis, consultora do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi).
Para Flávio Castelo Branco, economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), a tendência é que o desempenho no segundo semestre seja “moderadamente melhor” que no início de 2013. A previsão da instituição é de expansão de 1% neste ano em relação a 2012.
O economista espera que a desvalorização cambial melhore as exportações de manufaturados pelo Brasil e aumente o faturamento. Outro fator que pode impulsionar é o plano de concessões públicas.
Veículo: Zero Hora - RS