As cotações internacionais do açúcar chegaram a tocar no princípio de julho no ponto mais baixo de quase três anos, antes de iniciarem uma reação. Durante as intradiárias de algumas sessões da primeira quinzena do mês, os contratos com entrega em julho da Bolsa de Nova York (ICE Futures US) romperam o suporte de 16 centavos de dólar por libra-peso, o que não acontecia há três anos, pressionados por liquidação de posições compradas diante do excesso de oferta disponível em termos mundiais. O último levantamento da Organização Internacional do Açúcar (OIA) apontou que haverá um excedente recorde na temporada 2012/13 do mercado mundial, que será encerrada em setembro, de cerca de 10 milhões de toneladas.
Ao longo dos primeiro sete meses de 2013, as cotações internacionais do açúcar caíram mais de 15%, mas então os investidores começaram a perceber que a safra brasileira está mais alcooleira, e também refletindo os atrasos provocados pelas chuvas para a colheita e para a moagem da cana-de-açúcar no Brasil.
Já com cerca de quatro meses de safra transcorridos no centro-sul, a preferência pelas usinas em relação ao etanol se acentua a cada quinzena. Na primeira metade de julho, a proporção de matéria-prima direcionada à fabricação de açúcar apresentou redução significativa, alcançando 45,43%, contra 50,24% no mesmo período da safra 2012/2013.
Apesar da estimativa oficial da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) - elaborada no final de abril - apontar que a produção de açúcar crescerá 4,11% em relação ao ano passado, a cada vez mais evidente opção pelo etanol deve fazer com que, no final das contas, a produção de açúcar resulte em números muito parecidos com os do ano passado.
Assim, as cotações futuras do açúcar bruto da ICE Futures aumentaram 0,3% no sétimo mês do ano, na comparação com junho. Os contratos com entrega em outubro/2013 (os mais líqüidos do momento) encerraram a sessão da quarta-feira, 31 de julho, a 16,97 centavos de dólar por libra-peso, ante os 16,92 cents/libra na sessão do dia 28 de junho.
Veículo: Diário do Comércio - MG