Desde 2009, produção encolheu e dobrou o valor pago pelo consumidor no Rio Grande do Sul, que deve se preparar para novas altas até o final do ano.
Quem quiser preparar o chimarrão vai precisar desembolsar mais dinheiro até o final do ano. A matéria-prima da bebida já está mais cara e deve ficar mais rara também nos supermercados até dezembro. Desde janeiro, o preço da erva-mate calculado pelo Centro de Estudos e Pesquisas Econômicas (Iepe/UFRGS) teve alta de 31,11%. Em quatro anos, está custando o dobro. O cenário é de preços em alta também em Santa Catarina e Paraná.
A má notícia é que o valor deve subir outros 30% até dezembro, com risco de faltar produto para venda no varejo, segundo o presidente do Sindicato da Indústria do Mate do Rio Grande do Sul (Sindimate), Alfeu Strapasson. A situação é reflexo de um momento crítico no cultivo da erva-mate.
O baixo preço pago nos últimos anos, combinado com a valorização de culturas como a soja, provocou um certo abandono do cultivo pelos produtores. Strapasson estima uma redução de 30% da área plantada na última década, passando de aproximadamente 39 mil hectares para 30 mil hectares em 2012. Com isso, falta erva para a indústria.
– Estamos chegando ao fundo do poço. Além da área plantada, houve também uma redução da produtividade – explica.
A média hoje das lavouras no Estado é de aproximadamente 10 mil quilos por hectare, enquanto o ideal seria ao menos o dobro.
Consumidor teme, produtor festeja
Enquanto o consumidor paga mais, os 13 mil produtores gaúchos comemoram o aumento nos ganhos. Há um ano, o valor pago pela arroba de erva-mate (cerca de 15 quilos) não ultrapassava R$ 7. Hoje chega a R$ 20. Com o estímulo da melhor remuneração, Strapasson estima investimento maior na cultura, melhorias que devem demorar para derrubar preços.
Veículo: Diário Catarinense