A São Martinho, uma das principais companhias sucroalcooleiras do país, registrou no primeiro trimestre da safra 2013/14, encerrado em 30 de junho, um lucro líquido de R$ 34,7 milhões, bem acima do realizado em igual trimestre do ciclo passado, quando o resultado líquido, afetado por queda da moagem, foi de R$ 2,4 milhões. O balanço mostra um preço médio menor do açúcar, no entanto, compensado por um volume maior de produto vendido.
Segundo o presidente da companhia, Fábio Venturelli, o resultado líquido foi operacional, ou seja, não sofreu impacto de variáveis de origem contábil. "O volume vendido (somando-se etanol e açúcar) aumentou 92%, enquanto o custo do produto (caixa) cresceu menos (56%). Foi um trimestre de boa margem e diluição de custo", diz.
A receita líquida no período alcançou R$ 494,2 milhões, 70% de aumento. O volume comercializado de açúcar cresceu 88,9%, para 256 mil toneladas, mas o preço médio caiu 16,8% em reais, de R$ 1,072 mil para R$ 892 por tonelada. Em etanol, o volume vendido no trimestre aumentou 146%, para 123 milhões de litros.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado avançou no trimestre 95,8%, para R$ 211,6 milhões, também resultado do melhor desempenho operacional. A margem Ebitda ajustada foi de 42,8%, um ganho de 5,6 pontos percentuais em relação aos 37,2% do mesmo trimestre do ciclo anterior.
Diante de cotações retraídas do açúcar, até 30 de junho, a São Martinho não tinha feito nenhum hedge da commodity para a safra que começa em abril do ano que vem, a 2014/15. No mesmo período do ano passado, 145 mil toneladas da safra seguinte (2013/14) já estavam precificadas ao valor médio de 21,80 centavos de dólar por libra-peso.
Venturelli explicou que até 30 de junho deste ano, a combinação entre os preços do açúcar e a cotação do dólar no Brasil não atingia o "gatilho" desejado pela empresa para iniciar sua precificação da commodity. Ao fim do 1º trimestre, a condição começou a mudar, afirma o executivo. O preço do açúcar, na casa de 17,50 a 17,80 centavos de dólar por libra-peso, combinado com um dólar de R$ 2,30, passou a resultar em preços em reais próximos de R$ 900 por tonelada, o que já começou a ser mais atrativo.
Para o ciclo atual, o 2013/14, a companhia fixou até 30 de junho, 528,4 mil toneladas de açúcar ao preço médio de 20,3 centavos de dólar por libra-peso, 91% de sua exposição líquida. A empresa possuía NDF (Non-deliverable Forward) de dólar vendidos de US$ 303,7 milhões, ao valor médio de R$ 2,14.
Veículo: Valor Econômico