Dólar e Chicago elevam preço da soja

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Bolsa da oleaginosa apresentou oscilações ao longo do mês.

Os preços da soja subiram no mercado brasileiro em agosto, com momentos de repique na comercialização. Em pleno mercado de clima, os contratos futuros na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) apresentaram fortes oscilações ao longo do mês, mas na média do período houve recuo sobre julho. O grande fator de sustentação para os preços domésticos foi o comportamento cambial, com a marcante desvalorização do real frente ao dólar.

Levantamento de Safras & Mercado indicou que o preço médio da soja em Passo Fundo (RS) subiu de R$ 68,30 a saca de 60 quilos em julho para R$ 68,80 em agosto. Em Cascavel (PR), a cotação média passou de R$ 64,40 para R$ 65,40. Em Rondonópolis (MT), a saca teve moderado avanço, passando de R$ 58,95 para R$ 59,00, de média. Em Dourados (MS), a média avançou de R$ 59,20 para R$ 61,20. Em Rio Verde (GO), a cotação subiu de R$ 58,60 para R$ 59,80.

Em Chicago, os contratos com vencimento em setembro tiveram média de US$ 13,48 em agosto, contra US$ 14,96 por bushel de julho. Mas o mês foi caracterizado por muita volatilidade, comportamento típico do mercado de clima, quando há muitas incertezas sobre de que tamanho será a safra americana. Na máxima do mês, o contrato fechou a 14,33, na parte final de agosto. A mínima, do início do mês, ficou em US$ 11,93. Na sessão eletrônica de 30 de agosto, o preço era de 14,24.

O mercado iniciou agosto diante da perspectiva de que a safra norte-americana seria uma das maiores da história, superando a casa de 90 milhões de toneladas e indicando a recomposição dos estoques globais. Ao longo do mês, entretanto, os operadores foram perdendo a convicção. O clima seco no Meio Oeste dos Estados Unidos poderia causar prejuízos ao potencial produtivo e já não há a certeza que que os americanos colherão os 88,5 milhões de toneladas projetados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA).

Outro destaque do mês foi o câmbio. Seguindo a tendência - ou até mesmo liderando-a - dos países emergentes, o real perdeu valor frente ao dólar, cada vez mais fortalecido pela perspectiva de crescimento da economia norte-americana. No acumulado do mês, houve uma valorização de 3,4% na moeda dos Estados Unidos, que passou de R$ 2,282 para R$ 2,360. Mas na máxima do período, o dólar chegou a ser cotado a R$ 2,451, com a alta sendo arrefecida apenas com forte intervenção do Banco Central.


Safra sul-americana - A área a ser colhida com soja na safra 2013/14 da América do Sul deve ter um aumento conservador. Inicialmente, Safras & Mercado indica estimativa de 54.031 mil hectares, o que em caso de confirmação, representaria novo recorde absoluto para a região, superando em 4% aos 51.726 mil hectares do recorde anterior alcançado na safra atual.

A exemplo do ocorrido nas três últimas safra, mais uma vez esse ano o avanço deve acontecer de forma homogênea nos países produtores Segundo o analista associado de Safras & Mercado Flávio França Júnior, são esperados aumentos abaixo da média regional no Paraguai e Bolívia, dentro da média no Brasil, e acima da média na Argentina e Uruguai.

Em termos de produtividade média, o sentimento inicial tem visão até certo ponto parecida com o efetivamente ocorrido no ano passado. "Só recapitulando: nessa mesma época de 2012 enxergávamos a safra 2012/13 com cautela, mas com otimismo, em função de estarmos em um momento de transição entre um período de neutralidade e de influência do fenômeno El Nino, que normalmente está associado a chuvas acima do normal para a região Centro-Sul do Brasil e boa parte dos países do Cone-Sul", disse.

Com isso, nesse levantamento chega-se a um rendimento médio potencial de 2.963 kg/ha, que em caso de confirmação superaria os 2.825 kg da safra atual em 5% e o recorde de 2.887 kg da safra 2009/10 em 3%.

Tomando como base essa tendência de área e rendimentos com avanço, chegamos a um potencial de produção avaliado preliminarmente em 160.068 mil t, volume 10% superior ao recorde da safra atual de 146.136 mil t. Com esse positivo sentimento para a oferta, e considerando a firme expectativa para a demanda, temos espaço para crescimento em 8% no processamento da região, para chegar a 86 milhões de t, e de 9% nas exportações de soja, para alcançar os 64 mls de toneladas.



Veículo: Diário do Comércio - MG


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