Valor Bruto da Produção tem queda
O agronegócio mineiro desacelerou em outubro. A crise de preços enfrentada pela cafeicultura puxou para baixo os resultados dos principais indicadores do setor: VBP (Valor Bruto da Produção Agropecuária Mineira), IPR (Índice de Preços Pagos aos Produtores) e balança comercial. De acordo com nota da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), o decréscimo só não foi maior graças ao bom desempenho da pecuária, que está em fase de preços remuneradores.
A pecuária garantiu estabilidade ao VBP, que fechou o mês 0,5% maior que em setembro. O segmento responde por 44,64% do VBP da agropecuária mineira, estimado em R$ 46,8 milhões. Com os dados de outubro, o valor da produção de proteínas animais subiu 18,5%, com estimativa de encerrar 2013 em quase R$ 30 milhões. O boi gordo teve o melhor desempenho, com crescimento de 25,2%; seguido pelos suínos (24,1%), frango (16,7%), Leite (14,8%) e ovos (10,4%).
Em contrapartida, o valor dos produtos agrícolas reduziu 10,5%. A maior queda foi registrada pelo café (31,6%). O grão responde por 16,78% do VBP, o que explica os resultados gerais. O milho também não teve bom desempenho e ficou com VBP 10,3% menor. O mesmo ocorreu com o algodão, que registrou queda de 10,9%, em função da produção 36,2% menor. A soja permaneceu estável, 0,5%. Dentre os cultivos, destacam-se as altas da batata (114,8%) e do tomate (43,6%) - ambos já encenaram o papel de vilão da inflação este ano - e da cebola (45,7%).
IPR - Conforme a Faemg, apesar da estabilidade do VBP e dos índices de inflação acima de 4% apontarem os alimentos como impulsores, os preços pagos aos produtores mineiros caíram 6,11% nos últimos 12 meses. A maior queda foi do café, que chegou a 32,75%. O milho e a soja também contribuíram com reduções de 16,41% e 11,38% respectivamente.
Os produtos pecuários foram os que melhor remuneraram. O destaque é o preço pago pelo leite, com alta de 29,16% nos últimos 12 meses. Para os suinocultores os ganhos também foram maiores, os preços recebidos aumentaram 22,3%. O boi gordo é outro destaque, com crescimento de 6,52%.
No comercio exterior os resultados até outubro também não foram os melhores. O saldo gerado, US$ 5,18 bilhões, foi 6% menor que no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, as exportações do agronegócio renderam 3% menos que no mesmo período de 2012, somando US$ 6,2 bilhões; apesar de terem crescido 14% em volume. Do outro lado, houve aumento das importações em 9%, chegando a US$ 1,08 milhão.
Novamente o café, principal produto das exportações do agronegócio mineiro, aparece com um dos piores resultados. Desde o início deste ano foram embarcadas 904,4 mil toneladas - 19% mais que nos 10 primeiros meses do ano passado, mas a receita gerada diminuiu 17% (US$ 2,5 bilhões).
A pecuária registrou resultados positivos. As vendas externas de carnes cresceram 12% em receita (US$ 803 milhões) e 8% em quantidade (296,2 mil toneladas).
Veículo: Diário do Comércio - MG