Nos últimos cinco anos, boa parte dos mais de 62 milhões de domicílios que existem no Brasil renovou suas lavadoras, fogões e refrigeradores. Ao todo, são 90 milhões desses produtos nos lares brasileiros, o que garantiu ao país uma boa base instalada beneficiada, em parte, pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). A análise é da GfK - quarta maior empresa de pesquisa de mercado do mundo - que acaba de divulgar um estudo em sua 10ª Conferência Anual. O evento, realizado em São Paulo, teve como tema "O impacto do momento político e econômico do Brasil no consumo de bens duráveis".
"Observamos o arrefecimento do mercado de linha branca a partir de 2013. Também verificamos que o programa do governo federal ÀMinha Casa Melhor" ainda não teve impacto direto nas vendas desse segmento", afirma o gerente da Área de Home & Life Style da GfK, Oliver Romerscheidt.
Na comparação global, em 2012 o Brasil representava 7% do faturamento mundial de linha branca e 3% de eletroportáteis. No topo do ranking de linha branca está a região Ásia/Pacífico (29%) enquanto em eletroportáteis figura a Europa Ocidental (31%).
Já o setor de eletroportáteis, que teve queda em 2012, volta a crescer. Entre janeiro e agosto de 2013, seu faturamento no mercado brasileiro aumentou 20% em relação ao mesmo período do ano passado (faturamento de R$ 3,2 bilhões neste ano), contra uma alta de 1,3% no faturamento da linha branca (R$ 14,8 bilhões neste ano).
As categorias de eletroportáteis com maior participação em faturamento no mercado nacional são: preparadores de alimentos (20%), ventiladores (14%), ferro (9%), aspiradores (7%), pranchas de cabelo (6%). As fritadeiras, que nem apareciam no cenário 2012, hoje representam 4% em valor.
"O consumo de produtos Àsatélite" - que aumentam o conforto e satisfazem o emocional do consumidor, mas não têm a mesma Ànecessidade" de um fogão ou geladeira, por exemplo - está crescendo no país. Há bastante espaço para a indústria e o varejo em nichos como o de minifornos, que aumentou o faturamento em 26% desde o ano passado, cafeteiras, com alta de 17% no faturamento, e cooktops, que cresceram 11% em faturamento", exemplifica Romerscheidt em uma referência ao segmento de produtos relacionados à cozinha que faturou R$ 12,9 bilhões entre janeiro e agosto de 2013.
Segundo ele, além dos itens para a cozinha, o brasileiro tem se interessado por aparelhos domésticos de limpeza que facilitam o dia a dia, como secadoras (alta no faturamento de 40% entre 2012 e 2013) e lava-louças (alta de 19%), que puxam o crescimento enquanto as lavadoras de roupa continuam no mesmo ritmo positivo (7%). Itens para bem-estar/climatização apresentam alta no faturamento de 19%, com destaque para os filtros de água (crescimento de 78% no faturamento), e os bens duráveis para beleza e cuidados pessoais que cresceram 17%, com destaque para barbeadores, depiladores e cortador de cabelo (27% a mais no faturamento).
"A pesquisa de intenção de compra que fizemos em outubro com 500 consumidores nas principais capitais mostra que forno e fogão, seguidos por lavadora, cafeteira, refrigerador e liquidificador são os produtos em linha branca e eletroportáteis que deverão ter mais saída nos próximos seis meses", finaliza o gerente.
Veículo: Diário do Comércio - MG