Faturamento das empresas associadas à entidade no Estado deve crescer 22% neste ano
O faturamento da indústria de eletroeletrônicos em Minas Gerais deverá crescer 5% neste ano em relação a 2012. O desempenho acompanhará a média brasileira do setor, que deverá aumentar na mesma proporção frente ao exercício passado. A justificativa para a performance acanhada, segundo representantes do segmento, está no cenário econômico nacional e na concorrência com os produtos internacionais.
Quando considerado o resultado das empresas pertencentes à Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), os números são mais promissores. No Estado, o segmento deve encerrar 2013 com faturamento da ordem de R$ 9,343 bilhões, montante 22% maior ao registrado no ano passado, quando o resultado chegou a R$ 7,631 bilhões. Em âmbito nacional a estimativa de aumento é de 7,7% no mesmo tipo de comparação, uma vez que no Brasil o faturamento das indústrias de eletroeletrônicos deverá somar R$ 155,721 bilhões.
De acordo com o diretor regional da Abinee, Ailton Ricaldoni Lobo, entre os fatores que colaboraram para o desempenho do setor em Minas durante este exercício, destacam-se a qualificação de mão de obra e as políticas públicas estaduais de implantação de novas indústrias.
"O Estado está muito bem servido de academias e cursos voltados para o segmento. Temos uma rede de ensino técnico e universitário que atende muito bem a demanda por material humano de suprimento à indústria. Além disso, o papel do governo do Estado na aplicação de políticas públicas que incentivem a atividade empresarial tem sido fundamental", explica.
Por outro lado, Lobo não deixa de citar a falta de infraestrutura básica. "Neste ponto temos falhado um pouco e talvez seja este o principal motivo de os resultados não serem melhores. Mas esta é uma questão que está aquém do nosso alcance, pois depende do governo federal", pondera.
Balança comercial - Apesar da alta prevista no faturamento, no acumulado de janeiro a setembro deste exercício, últimos dados divulgados pela Abinee, o déficit da balança comercial do setor entre as empresas associadas no Estado já chagava a US$ 953,15 milhões. No país, o saldo estava negativo em US$ 271,688 milhões.
Na avaliação do presidente da entidade nacional, Humberto Barbato, os números da balança indicam a atual situação do setor em relação ao mercado internacional. Segundo ele, é válido destacar que, embora, o faturamento esteja crescendo, boa parte deste aumento está atrelado às importações e não à produção feita no país. "Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) indicam que encerraremos este exercício com aumento de apenas 2% na produção física. O restante diz respeito à produção internacional", alerta.
Diante desta situação, não só Minas Gerais como o restante do país vêm deixando de gerar emprego na área. Ao longo de 2013, conforme Barbato, foram 6 mil postos de trabalho a menos. No Estado, segundo o diretor regional da Abinee, o número não é muito diferente. Assim, o setor encerrará o ano com aproximadamente 12.630 empregos em Minas Gerais e 183 mil em todo o país.
Em relação às perspectivas de negócios e desempenho para 2014, as projeções são um pouco diferentes. O presidente da Abinee nacional mostra-se altamente pessimista quanto ao cenário e afirma que as expectativas iniciais de oportunidades que poderiam ser geradas pela Copa do Mundo já se esgotaram. "Os estádios ficaram prontos, mas as obras de infraestrutura, que eram mais importantes, mal saíram do papel", alerta.
Já o diretor regional aposta nas condições que a Copa poderá proporcionar à atividade no Brasil. "Temos algumas sinalizações de investimentos que vão ser feitos no próximo ano, que acabam gerando demanda na cadeia produtiva. Por isso, 2014 não será um ano excelente, mas também não será pior do que o atual exercício", conclui.
Veículo: Diário do Comércio - MG