Nova lei do queijo artesanal, Código Florestal mineiro e bons resultados com a soja e a pecuária favoreceram setor
Apesar da queda registrada nos preços do café, principal produto do agronegócio mineiro, 2013 foi considerado um ano positivo para o setor em Minas Gerais, segundo balanço da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). Os bons resultados obtidos com a soja e com a pecuária, aliados à nova lei do queijo minas artesanal e à aprovação do Código Florestal estadual, contribuíram para o crescimento da atividade no Estado.
Segundo o secretário Elmiro Nascimento, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio mineiro foi calculado em R$ 149,2 bilhões, o que representa uma alta de 1,5% em relação ao exercício passado, graças, principalmente, à valorização da pecuária, que teve mais um ano de desempenho positivo.
O rebanho bovino (leite e corte) do Estado somou 24,2 milhões de cabeças e Minas lidera a produção nacional de leite, com 8,9 bilhões de litros. Além, disso, os preços obtidos com a venda do produto bateram recordes dos últimos anos, com a cotação média, até novembro, chegando a R$ 1,03 o litro. Destaque também para a recuperação dos preços dos suínos e do frango.
"O agronegócio representa mais de um terço do PIB total do Estado, o que mostra a grande importância da atividade. E o crescimento no PIB só não foi maior devido aos baixos preços pagos pelo café, principal produto agropecuário do Estado. Mesmo assim, em 2013 tivemos ganhos fantásticos e esperamos que o próximo ano também seja positivo, principalmente no que se refere à produção de grãos, onde é esperado um incremento de 2,1%, com a safra totalizando 12,3 milhões de toneladas, o que, se concretizado, será um novo recorde", disse Elmiro Nascimento.
Para 2014 é esperado recorde na cultura da soja, cuja produção está estimada em 3,7 milhões de toneladas, o que representa alta de 10,8%. A mesma previsão otimista é feita em relação ao trigo, que deve registrar expansão de 48,5%, com a produção de 120 mil toneladas. Outros produtos como o feijão, primeira safra, e o algodão também devem registrar crescimento.
Já no caso do milho, primeira safra, é esperada retração de 2,9% em Minas Gerais e a produção deverá atingir 7,2 milhões de toneladas, uma vez que muitos produtores mineiros estão migrando para a cultura da soja.
Queijo - O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento também destacou a importância da aprovação da instrução normativa que regulamentou a comercialização do queijo minas artesanal em todo o país e também no mercado internacional.
"Em 2013 conseguimos solucionar o grande gargalo da produção do queijo minas artesanal, que era a proibição da comercialização do produto fora do Estado. Com a aprovação da instrução normativa e a construção dos centros de maturação resolvemos esse problema que se arrastava por mais de 20 anos. Os resultados foram a agregação de valor e a expansão da atuação dos produtores. Para se ter uma ideia, enquanto um queijo é vendido em Minas a R$ 8, em São Paulo ele é negociado a R$ 30 e no mercado final, fora de Minas, a até R$ 80", disse.
A aprovação do Código Florestal do Estado também foi considerada fundamental para a expansão da agricultura em Minas Gerais. "Uma das principais modificações diz respeito ao barramento de águas, que antes tinha várias restrições. Com a nova legislação, esperamos um crescimento significativo na produção. Minas tem grande potencial para expandir as áreas irrigadas e elevar significativamente a produtividade", afirmou.
Veículo: Diário do Comércio de Minas