Faturamento do segmento alcançou R$ 7,9 bilhões no ano passado
Puxado pelos segmentos de automação, equipamentos e componentes, o setor eletroeletrônico do Rio Grande do Sul faturou R$ 7,9 bilhões em 2013, uma expansão de 6,2% em relação ao ano anterior. O desempenho foi divulgado ontem pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), que traçou um raio-x da atividade em solo gaúcho. Ainda que o crescimento tenha ficado acima dos índices de expansão do Estado e do País, a expectativa era por um resultado melhor.
"Nossa intenção era crescer 8% em 2013. Mas assistimos uma retração da atividade econômica no Brasil", lembra o diretor regional da Abinee, Régis Haubert. No ano passado, houve queda de 0,08% no número de empregos gerados pelo segmento. Ao todo, foram 27.327 postos ocupados contra 27.349 de 2012. O faturamento por funcionário, entretanto, aumentou 12%, chegando a R$ 310 mil.
Na temporada passada, o Rio Grande do Sul teve participação de 5% no faturamento da indústria nacional, que movimentou R$ 156 bilhões. O resultado é fruto da atuação de 218 empresas, estabelecidas em 10 tipos de atividades diferentes. A maior parte delas (67%) está situada na região entre Porto Alegre e Novo Hamburgo. Na sequência, aparecem Caxias do Sul (17%) e os demais municípios da Serra (5%).
O dirigente regional da Abinee lembra que o câmbio mais valorizado auxiliou no aumento das exportações, que somaram R$ 582 milhões, incremento de 7,2%. Porém, segundo Haubert, a cotação não está no patamar ideal. "O melhor seria termos um dólar na faixa dos R$ 2,75. Isso auxiliaria nas exportações e também a conter os produtos que vem do exterior, dando competitividade também no mercado interno", diz. Atualmente, as vendas externas representam apenas 7% do total.
A perspectiva da Abinee é de que 2014 será pior do que 2013 para o setor eletroeletrônico gaúcho. A meta de crescimento é de 5%. Por outro lado, o segmento recebeu um alento recentemente, com a redução da base de cálculo do ICMS para uma série de produtos fabricados pelo ramo. "Isso ajuda a manter a indústria aqui no Rio Grande do Sul, pois ficamos em igualdade de condições com outros estados", aponta o dirigente.
A manutenção das empresas se tornou um dos principais desafios para o segmento, principalmente após o anúncio da transferência da Stemac para Goiás. O presidente do Grupo Stemac Geradores, Jorge Luiz Buneder, enfatiza que, mesmo com a mudança, a empresa continuará com operação no Estado. "Vamos migrar somente a parte produtiva, do chão de fábrica. Será uma mudança gradativa, que ocorrerá em até 18 meses. O que motivou a decisão foi a logística, pois o custo do frete está crescendo bastante", explica. Ao todo, a linha produtiva possui cerca de 450 empregos. A parte administrativa, que envolve 1,2 mil empregos segue no Rio Grande do Sul. "Somos e continuaremos sendo uma empresa gaúcha", assinala.
Veículo: Jornal do Comércio - RS