Capeletti, ravioli e sorrentino estão entre as novidades
Com folgada liderança no mercado brasileiro de consumo de pão de queijo, a Forno de Minas prepara o seu lançamento no sofisticado segmento de alimentos semiprontos e prontos, como fornecedora de massas frescas congeladas. A fábrica de Contagem, na Grande Belo Horizonte, faz os últimos ajustes da nova linha de produção de cappeletti, ravioli e sorrentino em sete versões de recheios da marca Mamma D’Alva, nome escolhido em homenagem à matriarca dos empreendedores da empresa mineira, Maria Dalva Couto Mendonça. Investimentos de R$ 20 milhões foram feitos para dar à unidade industrial capacidade de entregar até 400 toneladas por mês a clientes de Nordeste ao Sul.
A estrutura fabril montada no novo prédio erguido no parque industrial – projeto da fabricante italiana de equipamentos para indústrias de pães e massas Pavan –, conta com linha de produção contínua, máquinas importadas e nacionais, sistema de pasteurização específico e túnel de congelamento. As receitas elaboradas por Dona Dalva e sua equipe de desenvolvimento de produtos e uma campanha de marketing concentraram 30% do orçamento, financiado na maior parte pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG).
Envolvido nos detalhes finais para começar a abastecer o varejo nesta semana, o presidente da Forno de Minas, Helder Mendonça, diz que o projeto foi concebido no modelo de uma linha gourmet no estado da arte em tecnologia de produção de massas congeladas, com farinha de trigo importada da Argentina e grano duro. “O nosso cliente é aquele que valoriza a qualidade, a gastronomia e o ato de comer bem, algo diferente da categoria do fast food”, afirma.
GOURMET A empresa pretende fazer das massas frescas congeladas só o pontapé inicial para entrar no mercado de refeições. Não é por outro motivo que a nova linha de produtos já nasceu com espaço reservado à expansão. O segmento de massas congeladas é disputado por grandes marcas como a Sadia e a Massa Leve. Entre os concorrentes das linhas gourmet, de macarrão pré-cozido, atuam pequenos fabricantes e marcas de varejistas que atendem consumidores de maior poder aquisitivo. A aposta da Mamma D’Alva é chegar a 2020 com participação de 10% a 15% do faturamento da Forno de Minas, que, no ano passado, somou R$ 180 milhões.
Apesar do esforço de diversificação da produção da empresa mineira, hoje dona de 25 itens, o pão de queijo ainda abocanha 80% da receita total. Pesquisa de março divulgada pelo Instituto Nielsen indica que a Forno detém 48% do mercado nacional, com liderança em todas as regiões. Um dos trunfos de ingresso na produção de massas congeladas será o preço acessível ao bolso de uma classe mais ampla de consumidores., de acordo com Helder Mendonça. Os preços devem variar, nas gôndolas dos supermercados, entre R$ 9 e R$ 12 – bandeja de 300 gramas, dependendo do recheio. A empresa chegou ao custo considerado competitivo em razão dos ganhos proporcionados pela alta produtividade da fábrica e do nível de automação da nova linha. Ela entra em funcionamento com um turno de 12 operadores.
Outras duas vantagens estão no tempo de preparo de quatro a cinco minutos da refeição al dente, sem considerar o molho que o consumidor vai usar, tempo semelhante ao exigido pelas massas frescas resfriadas, no entanto, com mais que o dobro do prazo de validade, de um ano. “Apostamos numa tendência de crescimento do consumo de massas frescas congeladas que já se observa em mercados maduros, como na Europa e nos Estados Unidos”, afirma o presidente da Forno de Minas. O cappelletti é apresentado nas opções de carne com ervas de provence e de calabresa e alecrim; o ravioli tem recheios de frango com ervas finas e de quatro queijos com nozes. O sorrentino será lançado nas versões de ricota fresca, parmesão e castanha do Pará; de muçarela de búfala, com tomate seco e manjericão e de bacalhau com azeitonas pretas.
Veículo: Estado de Minas