A Hypermarcas chegou à liderança do mercado farmacêutico brasileiro em março. Segundo dados da consultoria IMS Health, a empresa abocanhou 8,4% das vendas de medicamentos no Brasil no período, ultrapassando Sanofi e EMS, ambas com 8,2%.
Os dados são referentes às vendas em valores, incluindo os descontos dados pela indústria ao varejo, ou seja, o preço real praticado no mercado. "A Hypermarcas hoje é a maior empresa farmacêutica do Brasil. O objetivo, agora, é distanciar essa liderança em relação aos nossos concorrentes", afirmou ontem em teleconferência de resultados, o presidente da empresa, Claudio Bergamo.
No ranking que desconsidera os descontos, ou seja, dos preços com os quais os produtos saem das fábricas, a Hypermarcas está em segundo lugar, com fatia de 9,9%, atrás da EMS, com 12,4%. Nesse ranking, a Sanofi tem a terceira posição, com parcela de 8,3%.
No ranking sem descontos restrito ao segmento de genéricos, a Neo Química - braço de genéricos da Hypermarcas - está em terceiro lugar, atrás da Medley (da Sanofi) e da EMS Pharma.
Segundo Bergamo, a demanda por produtos da divisão farmacêutica da Hypermarcas cresceu 23,5% no primeiro trimestre do ano, ante 15,8% do mercado total. Dona de marcas como Engov, Estomazil, Gelol e Merthiolate, a empresa já tem 58% dos negócios provenientes do setor farmacêutico.
Com receita líquida total de R$ 1,06 bilhão, maior 10,5% que um ano atrás, a companhia teve no primeiro trimestre impulso dos medicamentos. A divisão acumulou faturamento de R$ 612 milhões - aumento de 12,5%. A divisão de consumo cresceu 7,8%, com receita de R$ 446,9 milhões.
"A área (farmacêutica) aumentou sua força de merchandising, com o objetivo de melhorar o acesso dos consumidores a suas marcas, aumentou seus investimentos de relacionamento com os clientes e de exposição de produtos nos pontos de vendas", explicou Bergamo. Nos três primeiros meses do ano, a Hypermarcas investiu em mais de 15 campanhas publicitárias voltadas para a área farmacêutica e aumentou os investimentos em marketing em 17,1% em relação ao mesmo período do ano passado para toda a companhia.
Os analistas da Fator Corretora acreditam que as mudanças do portfólio da empresa na direção de uma maior concentração na área farmacêutica são positivas. "Esperamos que esta tendência persista nos próximos anos, considerando que acreditamos que a área farma tem mais resistência em uma economia pressionada", explicaram em relatório.
Na sexta-feira, a Hypermarcas divulgou lucro de R$ 90,2 milhões no trimestre - retração de 11,8%.
Veículo: Valor Econômico