O Brasil Plural reduziu a recomendação para as ações da Via Varejo de compra para neutra e cortou o preço-alvo de R$ 37 para R$ 30, devido a riscos de execução e de governança corporativa. O novo preço-alvo indica um potencial de valorização de 26%.
O banco lista quatro motivos para ficar mais pessimista. As recentes mudanças na gestão, com a saída de Francisco Valim da presidência em abril, levantam preocupações sobre potenciais conflitos dentro da companhia. As relações de comércio eletrônico também estão se tornando mais desafiadoras, por conta intenção do Casino de fazer a divisão das operações e-commerce e devido às lentas vendas no primeiro trimestre.
O forte compromisso de expandir as margens por trás de metas de curto prazo também é destacado como ponto negativo, em relatório, além de grandes cortes em publicidade que desafiam a estratégica histórica da Casas Bahia. Por fim, o Brasil Plural cita como fator negativo aos papéis da Via Varejo neste ano a liberação da família Klein do período de "lock-up" - proibição de venda de ações - dos 40% que possuem na empresa, sendo 10,9% em junho e o restante em dezembro.
Com o rebaixamento da Via Varejo, o Magazine Luiza passa a ser o investimento predileto da casa no setor, com preço-alvo de R$ 12 e recomendação de compra. O preço-alvo indica potencial de valorização de 47%. "Em nossa opinião, a estratégia da companhia de pegar carona na Copa com os gastos de publicidade extra está levando a um crescimento robusto nas vendas, o que, com os esforços da administração para reduzir custos e disciplinar o negócio de financiamento, deve se traduzir em fortes resultados nos próximos trimestres", afirmaram os analistas Guilherme Assis, Victor Falzoni e Ruben Couto em relatório.
O Brasil Plural elevou ainda o preço-alvo da ações do Grupo Pão de Açúcar (GPA) de R$ 110 para R$ 115, o que indica um potencial de valorização de 13%. A recomendação para os papéis da companhia permanece neutra.
Em relatório encaminhado a clientes, a corretora Brasil Plural disse que atualizou as suas estimativas para a varejistas incorporando pressões adicionais na margem bruta do segmento alimentar. Segundo a corretora, essas pressões serão parcialmente ofuscadas pelo controle de custos maior do que o esperado.
"Acreditamos que o ambiente de vendas deve trazer desafios adicionais, mas no geral acreditamos que o SSS [sigla para vendas 'mesmas lojas'] deve manter força", afirmou a Brasil Plural. De acordo com a corretora, a questão central está na eficácia de aumento do Roic (retorno sobre capital investido) baseado na estratégia de alavancar expansão no negócio de atacado de autosserviço.
O Brasil Plural disse que continua a enxergar elevada expansão do e-commerce sem contribuição de margem. O GPA, no entanto, deve receber colaboração da 'virada' da Via Varejo.
Já o Deutsche Bank cortou em 9%, para R$ 20, o preço-alvo para as ações da varejista de moda Marisa. A recomendação do banco para os papéis foi reduzida de compra para manutenção. "O aumento de despesas por causa do negócio de vendas diretas e e-commerce da companhia nos levou a revisar para baixo as projeções de lucro para este ano", afirmou a instituição, em relatório encaminhado a clientes.
O banco reduziu ainda o preço-alvo para as ações da Cia. Hering, em 9%, para R$ 33,50. A recomendação para os papéis da empresa permanece sendo de compra. O banco revisou para baixo as projeções de vendas da Hering. No entanto, a ação da companhia é considerada hoje "barata", com desconto de 54% em relação aos concorrentes listados.
No caso de Renner, o Deutsche Bank elevou o preço-alvo para das ações em 2%, para R$ 71. A recomendação de manter os papéis em carteira foi mantida. Em relatório encaminhado a clientes, a instituição financeira destacou como fato positivo o lançamento dos cartões de crédito co-branded da companhia. Além disso, afirmou, a Renner continua mostrando que construiu a melhor governança corporativa do setor.
"Isso permite que a companhia tenha um estratégia de longo prazo bastante sólida e revise constantemente suas práticas internas e processos", destacou o Deutsche. Ainda segundo o banco, diferentemente dos concorrentes, a Renner continua entregando boa performance de vendas, apesar da deterioração do ambiente econômico. Embora tenha acelerado a expansão em número de lojas, a companhia conseguiu ampliar em 80 pontos-base sua margem Ebitda de varejo, diz o relatório.
Veículo: Valor Econômico