A Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic) vai iniciar a composição de um fundo com recursos exclusivos para um plano de marketing e divulgação do produto no mercado interno, com ênfase no selo de pureza. Para tal, os seus 450 associados deverão fazer uma contribuição extraordinária, além da mensalidade anual, para bancar o projeto.
"É um projeto pequeno para valorizar o café, em defesa do selo de pureza", diz Manoel de Assis, diretor vice-presidente de marketing e comunicação da Abic. Ele cita que a entidade deve dispor de cerca de R$ 2 milhões para o projeto, que será iniciado depois da Copa do Mundo e cuja contribuição deverá começar a ser paga pelos associados neste mês. O projeto deve ser finalizado no fim do ano, quando será elaborado um outro planejamento para 2015.
A Abic contratou uma agência de publicidade para coordenar o trabalho, segundo Assis. Deverão ser feitas campanhas em revistas especializadas, mídias digitais e canais fechados de televisão. A ideia é que o consumidor valorize o selo de pureza, esclarece Assis.
O selo foi lançado pela Abic há 25 anos. São mais de 2 mil amostras coletadas e analisadas por ano. O objetivo é monitorar continuamente as marcas, a fim de inibir a ação de empresas que adulteram seus produtos. Só é fornecida autorização de uso do selo de pureza na embalagem aos produtos 100% feitos com café.
Normalmente, a Abic realiza algumas campanhas de marketing para incentivar o consumo de café no país. Porém, para a Copa do Mundo não há ação específica programada, afirma Assis.
Algumas empresas de café isoladamente deverão fazer algumas ações durante a Copa para divulgar suas marcas", diz Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic.
Herszkowicz afirma que o orçamento da Abic é pequeno e, de modo geral, outras entidades representativas da cadeia produtiva do café também não dispõem de recursos para bancar um plano mais ambicioso de marketing do setor.
Há cerca de um ano, representantes do setor levaram proposta de um plano de publicidade interna e externa para o produto ao comitê de publicidade e marketing do Conselho Deliberativo da Política do Café (CDPC), que reúne setor privado e governo. O plano demandava de R$ 15 milhões a R$ 20 milhões por ano em um período de cinco anos. Os recursos deveriam vir do Fundo de Defesa da Economia Cafeeira (Funcafé), mas o plano não foi contemplado no orçamento do fundo.
Veículo: Valor Econômico