Por Cibelle Bouças | De São Paulo
O resultado das Lojas Marisa no segundo trimestre abaixo das expectativas e o anúncio pela companhia de que espera um segundo semestre difícil não desanimaram investidores, ainda estimulados pela possibilidade de a companhia se juntar a uma de suas rivais. Na semana passada, as ações da Marisa acumularam alta de 20,5%, fechando o pregão de sexta-feira na BM&FBovespa cotadas a R$ 17,90. A alta no dia foi de 5,92%.
Analistas que acompanham o mercado associaram a alta a compras especulativas, estimuladas por rumores de que a Lojas Marisa estaria negociando uma possível união com a Leader, controlada pelo BTG Pactual. Em teleconferência com analistas, o presidente da Lojas Marisa, Marcio Luiz Goldfarb, disse que a companhia está interessada em fazer aquisições e em crescer por meio da abertura de novas lojas, e não quis comentar sobre o rumor.
"Sobre boatos que ocorreram na praça, não comentamos. Só comentamos fato. Quando ocorrer um fato serão os primeiros a saber", afirmou o executivo. Goldfarb disse que a companhia avalia oportunidades de aquisição no mercado, mas que o principal foco é o crescimento por meio da abertura de lojas. A rede aguarda a aprovação do conselho de administração para o projeto de abertura de 15 lojas no próximo ano.
A Marisa registrou queda de 69,4% no lucro líquido no segundo trimestre, para R$ 11,865 milhões. A média das projeções de Brasil Plural Investimentos, Credit Suisse, Itaú BBA, J.Safra, Goldman Sachs e Votorantim Corretora era uma queda de 22%. O resultado foi influenciado pelo maior número de feriados devido à Copa do Mundo, à uma política de preços agressiva adotada pela companhia e a investimentos mais altos com vendas diretas e a sua loja virtual.
A companhia também apresentou um aumento na taxa de inadimplência para 12,4%, ante 9,8% no mesmo período de 2013. "Pelo movimento visto em julho, não há risco de uma crise de inadimplência no terceiro trimestre", disse Paulo Borsatto, diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Marisa. Borsatto disse ainda que a companhia fez uma revisão na sua política de avaliação de crédito para reduzir a inadimplência. A companhia informou ainda que vai mudar o mix de produtos para melhorar os índices de vendas.
Veículo: Valor Econômico