Carros, motos e peças puxaram queda. Só o setor de supermercados, alimentos e bebidas cresceu em relação a maio
RIO - As vendas no varejo brasileiro surpreenderam e caíram 0,7% em junho sobre maio, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. Este foi o terceiro resultado mensal negativo no ano e o pior desde maio de 2012, com fraqueza generalizada entre as atividades e destacando a perda de fôlego da economia brasileira.
Na comparação com junho de 2013, as vendas varejistas subiram apenas 0,8%, uma forte desaceleração ante a alta de 4,7% em maio na mesma base — este resultado também revisado de 4,8%.
Para piorar ainda mais o cenário, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revisou para baixo nesta quinta-feira o resultado de maio, para uma alta de 0,3% contra 0,5% divulgado anteriormente.
O grupo de veículos e motos, partes e peças foi o que registrou a maior queda no volume de vendas tanto na comparação mensal (-12,9%) quanto na base interanual (-18,7%).
E o quadro para a próxima pesquisa não deve ser melhor. Em julho a indústria de veículos do Brasil teve seu pior resultado de produção e vendas para o mês desde 2006, segundo dados divulgados ontem pela Anfavea, associação que representa o setor. O número de carros vendidos foi 13,9% menor do que no mesmo mês de 2013.
A segunda maior retração em relação a maio foi o de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação.
O setor de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo foi o único que registrou aumento nas vendas na comparação com maio.
O grupo que mais subiu em relação a junho de 2013 foi o de artigos de uso pessoal e doméstico (7,9%) seguido pelos artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (7,7%) e ajudaram o aumento interanual das vendas.
Uma pesquisa da Reuters estimava que as vendas subiriam 0,40% em junho na base mensal segundo a mediana de 24 projeções, que foram de queda de 0,70% a alta de 0,90%. Sobre o mesmo período do ano anterior, a expectativa era de alta de 3,5% na mediana de 22 projeções, que variaram de avanço de 0,8% a 4,8%.
Veículo: O Globo - RJ