A modernização de um terço dos remédios vendidos no país poderia ampliar em até R$ 10 bilhões o faturamento da indústria farmacêutica, segundo levantamento da Alanac (que representa os laboratórios nacionais). Essa inovação abrange da modificação do sabor de um xarope, para se tornar mais palatável, à redução na dosagem de três para um comprimido ao dia, por exemplo.
Seriam necessários R$ 3 bilhões em investimentos para dobrar o potencial de mercado dos 230 princípios ativos, que hoje movimentam R$ 10 bilhões, segundo o estudo."A falta de uma regulamentação própria, entretanto, desencoraja a indústria, pois precifica o produto de forma inadequada, sem considerar os investimentos feitos em inovação", afirma Henrique Tada, presidente-executivo da entidade.
Todos os medicamentos produzidos na Blau são originados desse tipo de inovação, segundo Marcelo Hahn, CEO do laboratório."Não conseguimos repassar os custos para o produto acabado. Se decidirmos descontinuar a venda por isso, podemos perder o registro daquele medicamento."
A Biolab pretende ampliar a participação dos inovadores no faturamento do grupo dos atuais 58% para ao menos 80% até 2018.A União Química tem 26 casos de inovação incremental em seu portfólio e pretende dobrar a quantia. "Temos 300 itens aguardando liberação, 25 deles fruto de incremento", diz Fernando Marques, presidente da empresa.
Um grupo de trabalho coordenado pela Cmed (que regula o mercado de medicamentos, ligada à Anvisa) discute a mudança de critérios de precificação dos produtos.Procurada, a Anvisa informou não estar autorizada a falar com a imprensa sobre o tema. O Ministério da Saúde, membro do grupo, disse que o debate está em fase inicial e por isso não se manifestaria.
Veículo: Folha de S. Paulo