O atual cenário de instabilidade econômica está levando o consumidor belo-horizontino a mudar seus hábitos de consumo. o que aponta a Pesquisa de Orçamento Doméstico, realizada pela Federação do Comércio do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG). Conforme o estudo, 81,9% das pessoas ouvidas planejaram o orçamento em outubro, percentual mais alto medido no ano. Por outro lado, 31,5% dos consumidores fizeram o planejamento, mas não seguiram o estipulado. Em setembro, esse número representou 6,5%.
A analista de pesquisas da entidade Luana Oliveira afirma que esse número é relevante, já que mostra que o consumidor começou a ter intenção de planejar suas compras, mesmo que em alguns casos não consiga seguir o que se propôs. "A questão é que ele acaba saindo fora do planejamento, muitas vezes impulsionado por vitrines atraentes e promoções", ressaltou.
A pesquisa revela ainda que o número de pessoas que não planejaram suas finanças está caindo gradativamente. De 30,7%, em março, ele passou para 18%, de agosto a outubro. Para Luana, a prática de planejar o orçamento molda o comportamento do consumidor. "Para o empresário, essa pesquisa é importante porque mostra que se ele investir em promoções e na decoração das lojas e vitrines, por exemplo, ele consegue atrair as compras por impulso", disse.
Cartão - O cartão crédito ainda é o compromisso financeiro que mais pesa no bolso do cliente, representando 66,3% das respostas. " o grande vilão do descontrole. Porque devido à facilidade que ele oferece, os consumidores acabam gastando mais do que previsto", observou.
O cartão de loja e o financiamento de veículo aparecem na seqüência, com 11,5% e 4,9% dos entrevistados. Em relação à modalidade de pagamento durante as compras, 62,2% indicaram que preferem realizar o pagamento em uma única parcela. Dos respondentes, 73% afirmam que preferem utilizar o cartão de débito no lugar do cheque ou dinheiro, e 90,8% ressaltam que pagariam à vista se houvesse desconto.
Além disso, os consumidores listaram as três principais despesas correntes que incidiram negativamente no orçamento no mês de outubro: a água (34,2%), a energia elétrica (20,3%) e a alimentação (11%). Em relação ao consumo, o gasto maior foi com alimentação (54,1%), roupas, calçados e acessórios (21,2%) e telefonia (10,1%).
Entre os consumidores que planejaram e conseguiram guardar recursos, 36,3% preservaram recursos na poupança e 29,6% investiram em lazer.
Veículo: Diário do Comércio - MG