A estratégia de aumentar os preços e reduzir às vésperas da Black Friday fez com que o evento fosse batizado de "Black Fraude" no Brasil. Com o avanço da tecnologia e maior interação entre os consumidores, a implementação dessa ideia se mostra prejudicial para a imagem e credibilidade das próprias empresas. "Agindo dessa maneira o comerciante impede a consolidação de algo extremamente positivo", lamenta o coordenador do curso de Gestão Comercial da Faculdade IBS/FGV, João Baptista Vilhena.
Na avaliação dele, os varejistas nacionais têm medo que o consumidor deixe de comprar em outras épocas esperando para aproveitar a promoção, o que pode ser considerado equivocado. "Os movimentos promocionais foram efeitos para estimular o cliente a gastar mais, mas quem realmente precisa de algo nunca vai deixar de comprar", frisa.
Para Vilhena, encarar o Black Friday com seriedade pode ser uma nova forma de aquecer os negócios, o que se mostra cada vez mais urgente com um cenário no qual o setor é prejudicado por fatores como o alto índice de endividamento e incertezas em torno da conjuntura macroeconômica. "O sucesso do varejo nos últimos anos não é resultado de um melhor trabalho dos varejistas, mas de uma política econômica de estímulo ao consumo. Agora, o setor precisa aprender novas formas de vender", aconselha.
Veículo: Diário do Comércio - MG